Notícia
Revestimento à base de plantas prolonga vida útil do morango e contribui para reduzir o desperdício de alimentos
Nova nanoemulsão contribui para reduzir o desperdício de alimentos
Dr. Josemar Filho, via Embrapa.
Fonte
Embrapa | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Data
terça-feira, 4 outubro 2022 20:20
Áreas
Agricultura. Agronegócio. Agronomia. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição de Coletividades. Sustentabilidade
Estudo desenvolvido em parceria entre a Embrapa Instrumentação (SP) e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) conseguiu aumentar de 5 para 12 dias o tempo de vida do morango. O resultado é fruto do avanço da nanotecnologia, que proporcionou o desenvolvimento de uma nova nanoemulsão antimicrobiana à base de diferentes compostos vegetais. Os cientistas combinaram as propriedades dessas substâncias para gerar um material de revestimento funcionalizado com resistência mecânica, térmica e à água, além de propriedades ópticas e antimicrobianas.
Para isso, incorporaram a uma matriz de amido de araruta nanocristais de celulose, nanoemulsão de cera de carnaúba e óleos essenciais de hortelã-verde e palmarosa. Com a absorção dos óleos essenciais, o revestimento foi capaz de reduzir significativamente a severidade do mofo cinzento causado pelo fungo Botrytis cinerea, um dos principais patógenos em morango, que acomete o fruto tanto em campo como na pós-colheita, e pelo Rhizopus stolonifer, responsável pela podridão mole em frutos, principalmente em pós-colheita.
Além de demonstrar uma excelente barreira contra o crescimento de fungos, o revestimento ainda foi eficaz em impedir a desidratação dos frutos e aumentar o teor de compostos bioativos benéficos para a saúde como a vitamina C e antocianinas durante o armazenamento dos morangos. Entre as vantagens do uso desse revestimento, destaca-se a composição de origem totalmente vegetal e natural, sua capacidade antimicrobiana, além da simples tecnologia de obtenção.
O estudo foi conduzido pelo bacharel em Agroecologia Dr. Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, para a obtenção do título de doutor em Alimentação e Nutrição pela Unesp, sob a orientação do pesquisador da Embrapa Instrumentação Dr. Marcos David Ferreira.
A proposta da pesquisa foi oferecer uma nova abordagem de revestimento, baseado em produtos naturais, em conformidade com a alta demanda por soluções sustentáveis, tanto em âmbito nacional como internacional.
Ele investigou o efeito de revestimentos de bionanocompósitos desenvolvidos a partir de amido de araruta, nanoemulsão de cera de carnaúba, nanocristais de celulose e óleos essenciais de hortelã-verde e palmarosa na pós-colheita, controle de doenças e características físico-químicas, aromáticas, microbiológicas, bioativas e antioxidantes de morangos da cultivar de origem americana Oso Grande.
O Dr. Oliveira Filho explicou que os frutos foram imersos em soluções de revestimento bionanocompósito, secos ao ar e, então, colocados em caixas plásticas e armazenados por 12 dias em temperatura refrigerada, além de serem avaliados quanto aos atributos de qualidade desde o início do experimento.
Segundo ele, em escala laboratorial, a imersão é um dos principais métodos utilizados para o revestimento de frutas devido à sua simplicidade, sem dependência de equipamentos. “Neste método, toda a superfície do alimento é submersa na solução formadora de filme a uma velocidade constante, permitindo a cobertura total, garantindo a completa molhabilidade (habilidade de um líquido em manter contato com uma superfície sólida) do fruto”, esclarece.
O pesquisador constatou que os revestimentos bionanocompósitos melhoraram a qualidade dos morangos durante o armazenamento, minimizando a desidratação, alterações na cor, textura, sólidos solúveis, pH, acidez titulável (quantidade total de ácido em uma solução) e teor de compostos bioativos benéficos para saúde humana (como compostos fenólicos, antocianinas, ácido ascórbico e atividade antioxidante) em comparação com morangos não revestidos.
Acesse a notícia completa na página da Embrapa.
Fonte: Joana Silva, Embrapa Instrumentação. Imagem: Dr. Josemar Filho, via Embrapa.
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