Notícia

Resíduos de plantas serão transformados em alimentos em novo laboratório

Fonte

Universidade Lund

Data

segunda-feira, 18 dezembro 2023 18:00

Áreas

Agricultura. Agronegócio. Agronomia. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Sustentabilidade

O termo ‘fermentação de precisão’ está sendo cada vez mais utilizado por especialistas em biotecnologia e alimentos. À medida que os recursos diminuem e a concorrência por eles aumenta, são necessárias novas soluções. Uma delas é deixar que os microrganismos – leveduras, fungos e bactérias – façam o trabalho.

“Os setores industrial e agrícola geram quantidades incríveis de resíduos com bom conteúdo nutricional que hoje são descartados ou, na melhor das hipóteses, transformados em ração animal. Esperemos que os alimentos do futuro sejam fabricados de uma forma completamente diferente daquela a que estamos habituados”, afirmou a Dra. Eva Nordberg Karlsson, professora de biotecnologia na Universidade Lund.

É assim que funciona: microrganismos especialmente selecionados são adicionados a partes de plantas intragáveis e difíceis de mastigar, que sobraram de processos industriais e agrícolas. Se os microrganismos desenvolverem apetite pela “gosma”, duas coisas acontecem: primeiro, eles mastigam a massa e depois cospem carboidratos benéficos (prebióticos) ao nosso paladar humano.

Ao mesmo tempo, o número de microrganismos se multiplica, o que aumenta o teor de proteínas, pois os microrganismos geralmente são constituídos por metade da proteína. Algumas bactérias também crescem no dióxido de carbono do ar. Assim que os microrganismos terminarem de “comer”, o que sobrar pode ser transformado em alimentos nutritivos e, esperançosamente, saborosos!

Uma nova abordagem de um método antigo

O método é essencialmente antigo. Os vegetais fermentados baseiam-se no mesmo princípio. A diferença aqui é que o processo não ocorre por si só, mas é controlado até o último detalhe.

“Um problema que temos hoje é a eficiência. Os organismos muitas vezes produzem demasiados produtos ou produtos muito diluídos, resultando em elevados custos de produção”, afirmou a Dra. Eva Nordberg Karlsson.

Para tornar a fermentação moderna uma opção realista, é necessário um melhor controle de toda a cadeia produtiva. Desde encontrar e otimizar os melhores organismos até criar um ambiente no qual eles possam prosperar e saber como aumentar a escala para que o resultado seja atrativo no mercado aberto.

Vários microrganismos estão sendo geneticamente modificados para economizar tempo e melhorar a precisão. No entanto, os pesquisadores também estão trabalhando em variantes encontradas na natureza.

Durante décadas, a Universidade Lund conduziu pesquisas sobre a conversão de resíduos em bioetanol e produtos químicos de plataforma, ou seja, os blocos de construção para novos materiais feitos a partir de matérias-primas renováveis. A Tetra Pak Processing, com sede a algumas centenas de metros de distância, tem experiência em ‘upscaling’ e embalagem.

Para ser usado por muitos

As duas organizações estão agora trabalhando juntas para construir um grande laboratório que possa lidar com grandes volumes e abrigará diferentes tipos de tanques, separadores, filtros, centrífugas, secadores por spray e outros equipamentos. A iniciativa foi batizada de Biotech Heights. O laboratório estará localizado em algum lugar entre LTH e Tetra Pak, potencialmente no Kemicentrum, o Centro de Química e Engenharia Química da Universidade Lund. As instalações devem estar abertas para uso de outros parceiros colaborativos.

Só o tempo dirá quanto financiamento estará disponível. A Universidade Lund e a Tetra Pak querem envolver mais parceiros. Desde que a notícia foi divulgada há alguns meses, Vinnova concedeu ao projeto SEK 3 milhões em financiamento. A Dra. Eva Nordberg Karlsson está confiante de que mais pessoas contribuirão:

“A Universidade Lund está localizada no centro de uma rica paisagem agrícola e há aqui uma grande concentração de empresas de produção de alimentos.”

Acesse a notícia completa na página da Universidade Lund (em inglês).

Fonte: Universidade Lund. Imagem: Divulgação Universidade Lund.

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