Notícia

Relatório europeu, com participação da UFSC, aponta soluções para um sistema alimentar sustentável

Pesquisadores argumentam que os principais passos para um novo modelo não são apenas reduzir o desperdício de alimentos e alterar nossos padrões de consumo – mas também recontextualizar como pensamos sobre os alimentos

Freepik

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

terça-feira, 14 abril 2020 12:30

Áreas

Agronomia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Engenharia de Pesca. Nutrição Coletividades

A pró-reitora de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Dra. Cristiane Derani, participou, em 2019, de um grupo de estudo científico na União Europeia, com a intenção de responder uma pergunta: “Como construir um sistema alimentar sustentável que também tenha uma justa e durável distribuição de alimentos?” O grupo concluiu seus trabalhos e publicou, recentemente, os resultados alcançados.

O material está disponível, em inglês, na página da Science Advice for Policy by European Academies (Sapea) – uma instituição que busca trazer cientistas de diversas áreas, de toda a Europa, para debater experiências e aconselhar políticas públicas baseadas em conhecimento científico. A conclusão dos cientistas foi, em tradução livre, que “uma mudança radical está chegando na maneira como produzimos e distribuímos alimentos, para garantir a segurança alimentar e fornecer dietas saudáveis ​​para todos”.

A proposta, contida no novo relatório, apresenta evidências das ciências sociais sobre como essa transição pode ocorrer de maneira inclusiva, justa e oportuna. Intitulado “A Sustainable Food System for the EU” (‘Um sistema alimentar sustentável para a União Europeia’), o relatório argumenta que os principais passos para o novo modelo não são apenas reduzir o desperdício de alimentos e alterar nossos padrões de consumo – mas também recontextualizar como pensamos sobre os alimentos, em primeiro lugar.

Segundo o professor Dr.Peter Jackson, presidente do grupo de trabalho que escreveu o relatório, “A alimentação é um sistema incrivelmente complexo, com componentes sociais, econômicos e ecológicos. No entanto, contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa e desempenha um papel fundamental na condução das mudanças climáticas. O sistema alimentar é responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que o custo financeiro anual de alimentos desperdiçados seja de 900 bilhões de euros em custos econômicos e de 800 bilhões de euros adicionais em custos sociais. É por isso que ‘negócios como sempre foram conduzidos’ não são mais uma opção”.

“Nosso relatório não somente destaca os problemas, que agora são amplamente reconhecidos. Ele também fornece uma série de exemplos baseados em evidências sobre como a transição para um sistema alimentar sustentável pode acontecer,” aponta o cientista.

Entre as outras conclusões principais do relatório estão:

  • A transição para um sistema alimentar mais justo e sustentável precisa ser coordenada em vários níveis de governança e envolver vários atores em ambientes terrestres e marinhos;
  • Para mudar a forma como nossa sociedade se alimenta, precisamos primeiro mudar as rotinas, hábitos e normas das pessoas. A mudança de comportamento é melhor efetuada com ações unidas, abordando grupos e não indivíduos;
  • A tributação e a legislação são formas fundamentais de promover mudanças, enquanto as políticas europeias em agricultura e pesca oferecem grandes oportunidades para o desenvolvimento de robustez e sustentabilidade na produção de alimentos.

O relatório, que informa o parecer científico do grupo de consultores para a Comissão Europeia, será parte de uma nova estratégia para a UE, a “Farm to Fork Commission“, por um sistema alimentar sustentável.

Acesse a versão final do relatório (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFSC.

Fonte: UFSC, com informações da Sapea. Imagem: Freepik.

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