Notícia

Projeto RASTUM desenvolve tecnologia para rastreamento da cadeia produtiva de atum no Ceará

Com o monitoramento, é possível mensurar a quantidade de peixes capturados, contribuindo para a garantia de uma pesca em concordância com as normas internacionais e mais sustentável

Divulgação, UFC

Fonte

UFC | Universidade Federal do Ceará

Data

sexta-feira, 29 outubro 2021 11:10

Áreas

Biotecnologia. Aquicultura. Engenharia de Pesca. Zootecnia

Para chegar ao prato do consumidor, o peixe passa por um longo processo de produção que inclui desde o pescador até o restaurante ou supermercado para a venda final. E, para ser um produto de qualidade, vários fatores estão envolvidos nesse percurso, como condições naturais (como temperatura e salinidade do mar), aspectos industriais (forma de pesca, transporte e armazenamento do pescado), e até questões biológicas (crescimento da espécie, dinâmica migratória e taxa de mortalidade, por exemplo).

Foi pensando em toda essa cadeia produtiva do peixe que Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca no Estado do Ceará (SINDFRIO) se uniram para desenvolver o projeto de Rastreabilidade da Cadeia de Produção do Atum: automação e inteligência artificial (RASTUM).

A iniciativa, financiada pelo programa Digital.br, da Agência Brasileira para o Desenvolvimento da Indústria (ABDI), tem o objetivo de utilizar a inteligência artificial e a automação para o rastreio e o monitoramento da cadeia produtiva do atum e de peixes vermelhos desde o momento da captura até o beneficiamento.

O grupo está desenvolvendo um software com geolocalização a ser alimentado por pescadores, produtores e empresários do pescado. “É uma espécie de banco de dados que vai aumentar todo o conhecimento de pesca e comercialização de atum na costa do Ceará. Isso já existe em países avançados. O que estamos fazendo é agregando valor, em vez de importar essa tecnologia, estamos desenvolvendo aqui no Ceará”, destaca o professor Dr. Rodrigo Porto, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC.

Temperatura e salinidade do mar, localização geográfica da pesca via satélite, tempo despendido na captura do pescado, temperatura do armazenamento dos peixes desde a embarcação até a indústria de beneficiamento são alguns aspectos monitorados pelo software. Além de ajudar a garantir uma qualidade no produto final, o aplicativo também contribui para uma pesca mais justa e sustentável.

Desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Engenharia de Sistemas de Computação (LESC), vinculado ao Departamento de Engenharia de Teleinformática (DETI-UFC), o aplicativo vai coletar dados como temperatura do pescado, peso e tipo do peixe e localização. O professor Dr. Jarbas Silveira explica que o aplicativo será usado por pescadores e trabalhadores do transporte de peixe em um tablet interligado a sensores dentro das embarcações. As informações são repassadas de forma on-line para os computadores das empresas.

“Isso irá ajudar as empresas a ter uma visibilidade em tempo real onde está acontecendo a pesca e quais os tipos de peixes que estão sendo pescados em cada local”, aponta. No caso de falta de conexão com a Internet, as informações são armazenadas no aplicativo e enviadas quando a conexão for retomada.

A analista de prospecção estratégica do Observatório da Indústria do Sistema FIEC, Leila Andrade, explica que o projeto contemplará mais de 30 embarcações, beneficiando de seis a oito pescadores por barco. De acordo com a analista, o projeto prevê a doação de tablets e sensores de temperatura, além da capacitação dos trabalhadores para a inserção das informações.

O projeto, segundo Leila Andrade, foi desenvolvido para atender a uma demanda do próprio setor, que sentiu a necessidade de garantir a rastreabilidade do produto. “Algumas espécies do atum têm grande valor comercial. Mas, sem boas práticas [sanitárias] e a rastreabilidade, o valor cai”, destaca Francisco Ozina Costa, proprietário da Netumar Pescados, uma das dez empresas participantes da iniciativa. Para ele, o RASTUM proporcionará às empresas mais “segurança jurídica”, pois terão condições de “prestar conta” às autoridades brasileiras e ao mercado internacional.

Tanta preocupação não é por acaso. Além do valor comercial, os atuns são espécies “altamente migratórias”, como destaca a professora Dra. Ozilea Menezes, diretora do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da UFC,  “Devido a isto, são considerados recursos internacionais e seu ordenamento deve ser feito por uma entidade internacional”, explica.

Acesse a notícia completa na página da UFC.

Fonte: Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR-UFC). Imagem: Divulgação, UFC

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