Notícia
Produto para a prevenção de helmintíases gastrointestinais parasitárias em animais obtém licença para comercialização
Produto previne as parasitoses controlando as larvas e ovos de helmintos ou vermes no meio ambiente e não no animal diretamente
Daniel Sotto Maior, UFV
Produto resultante de pesquisas realizadas no Laboratório de Parasitologia Veterinária da UFV obteve do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma licença para comercialização, o que deverá acontecer ainda este ano.
A boa e inédita notícia para o Departamento de Veterinária chegou em julho e diz respeito ao Bioverm, desenvolvido pelo professor Dr. Jackson Victor de Araújo – coordenador do Laboratório de Parasitologia – com a participação da ex-doutoranda Rafaela Carolina Lopes Assis Luns, em parceria com a empresa paulista Ghenvet Saúde Animal Ltda.
O produto contém clamidósporos de Duddingtonia flagrans (uma variedade natural de fungo isolado do ambiente) e é indicado para a prevenção de helmintíases gastrointestinais parasitárias em ovinos, caprinos e bovinos. Diferentemente de outros disponíveis no mercado, ele previne as parasitoses controlando as larvas e ovos de helmintos ou vermes no meio ambiente e não no animal diretamente. O Bioverm é fornecido na alimentação do animal que, por sua vez, ao defecar os clamidósporos, crescem e eliminam os ovos e larvas existentes nas fezes. Trata-se de um produto inédito, segundo o professor Jackson, que há 30 anos tem como linha de pesquisa a medicina veterinária preventiva, atuando, dentre outras áreas, nos controles biológico e químico. Seus estudos o firmaram como professor titular da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pesquisador 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Vale destacar que as parasitoses ocupam lugar de destaque entre os fatores que interferem no desenvolvimento pleno da atividade pecuária. Em geral, os prejuízos estão relacionados ao retardo na produção, custos com tratamentos profilático e curativo e, em casos extremos, à morte dos animais. A falta de informações sobre as helmintíases gastrointestinais parasitárias pode fazer com que os anti-helmínticos, popularmente conhecidos como vermífugos, sejam utilizados de forma inadequada durante o tratamento. As consequências disso vão do rápido desenvolvimento de resistência ao medicamento até o aumento de casos clínicos e perdas produtivas.
Por utilizar controladores biológicos, o Bioverm abre novas perspectivas para a saúde e segurança de ovinos, caprinos e bovinos, e, consequentemente, para a produção de alimentos mais saudáveis, já que o produto possibilita, por exemplo, a eliminação de vermifugações desnecessárias. Além da realização como pesquisador, a licença do Ministério da Agricultura traz para o professor Jackson “um sentimento de vitória”. Isso porque, em sua avaliação, “é muito difícil originar produtos provenientes de uma instituição pública, gratuita e sem fins lucrativos, e com tanta burocracia envolvida para esta finalidade. O Bioverm demorou 10 anos para obter o registro do Mapa”.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Viçosa.
Fonte: Adriana Passos , UFV. Imagem: Daniel Sotto Maior, UFV.
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