Notícia
Prevenção à ferrugem do cafeeiro
Estudo verificou que a temperatura mínima e a umidade relativa do ar são as variáveis mais relacionadas com o desenvolvimento da ferrugem
Fernando Dill Hinnah, Esalq
Fonte
Esalq - USP| Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Data
terça-feira, 24 abril 2018 14:30
Áreas
Agricultura . Agronegócio
Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, poderá ajudar produtores de café no controle e prevenção da ferrugem do cafeeiro, doença causada por um fungo que atinge as plantações.
De autoria de Fernando Dill Hinnah e com orientação do Prof. Dr. Paulo Cesar Sentelhas, do Departamento de Engenharia de Biossistemas, o estudo realizou análises epidemiológicas que permitiram esclarecer quais variáveis ambientais influenciam o seu desenvolvimento. Utilizando um banco de dados da evolução da doença e de medidas meteorológicas, verificou-se que a temperatura mínima e a umidade relativa do ar são as variáveis mais relacionadas com o desenvolvimento da ferrugem, gerando um modelo de previsão que resultou no melhor controle da doença.
A ferrugem do cafeeiro
Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a ferrugem do cafeeiro é conhecida desde 1867, quando uma epidemia dizimou as plantações existentes no então Ceilão, atual Sri Lanka. No Brasil, a doença foi registrada pela primeira vez em 1970. “Atualmente, duas a três aplicações de fungicidas são necessárias para o seu controle, número variável conforme a favorabilidade ambiental em cada safra”, aponta o pesquisador. “Para saber se uma safra é mais favorável do que outra, e o risco das regiões de cultivo, este trabalho foi desenvolvido. Desta forma, a ferrugem do cafeeiro pode ser melhor manejada, desde a escolha de cultivares tolerantes ou resistentes em regiões favoráveis à doença, e na aplicação de fungicida na data mais adequada durante uma safra”, pondera Fernando Hinnah.
O modelo proposto foi utilizado em experimentos para controle da doença no campo, a partir de diferentes datas de aplicação dos fungicidas, em contraste às aplicações denominadas calendarizadas, que são tradicionais. “Estas aplicações calendarizadas desconsideram a influência do ambiente na evolução da doença, considerando apenas o período residual dos produtos.”
Foram mapeados sete experimentos realizados em lavouras comerciais, em Varginha, Boa Esperança, Uberlândia, Campinas e Buritizal. “No geral, o sistema de alerta desenvolvido resultou no melhor controle da doença. Os modelos gerados foram pensados em facilitar a vida do produtor rural, reduzindo o potencial de resistência do patógeno ao fungicida devido a aplicações apenas quando necessário, bem como resultando no melhor controle da doença.”
O modelo é simples, automaticamente gerado por cálculos que necessitam de variáveis ambientais obtidas em qualquer estação meteorológica. “Dessa forma, os produtores não precisam possuir estações meteorológicas em sua propriedade, o que aumentaria o custo, nem realizar medições da doença no campo. Com a nossa proposta, o produtor rural fica sabendo com antecedência aproximada de 30 dias, qual a melhor data de aplicação, podendo planejar as atividades, e estando com o maquinário pronto quando necessário.”
Acesse a matéria completa na Esalq.
Fonte: Caio Albuquerque, Esalq. Imagem: Fernando Dill Hinnah, Esalq.
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