Notícia
Potencial culinário das sementes florestais é apresentado aos alunos em aula prática
Alfabetização gastronômica
Gabriela Venâncio, Rural Semanal-UFRRJ
Fonte
Semana Rural - UFRRJ
Data
segunda-feira, 8 outubro 2018 16:50
Áreas
Agricultura. Agronegócio. Agronomia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Ciências Agrárias. Gastronomia.
A aula de Introdução à Ciência Florestal começa como a maioria das disciplinas ministradas na Universidade. O professor Dr. Tiago Breier, do Departamento de Silvicultura, explica que o mercado de sementes tem outros nichos, como a gastronomia. Ele estuda o potencial culinário das sementes florestais da Mata Atlântica, o bioma predominante na região Sudeste, onde quase 80% da população brasileira está assentada.
Após a exposição teórica, cerca de trinta alunos conhecem os laboratórios, as pesquisas e a Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS). Depois, se reúnem em uma pequena varanda em torno do fogareiro; e a única panela suficiente para a receita é escolhida e preparada pelo professor há doze anos. “Vamos ver se aroeira é gostoso?”. O convite é uma espécie de alfabetização
gastronômica proposta na aula prática, onde todos experimentam o frango com sementes florestais. Assim, os alunos conhecem os ingredientes, percebem os sabores e o grande potencial que essas sementes possuem.
A aroeira vermelha e o urucum são usados no preparo como exemplos de dois produtos nativos que foram sendo esquecidos pelos brasileiros. Essas e outras sementes já foram muito populares na culinária desde os povos originários. “Hoje você pergunta na aula quem já comeu aroeira vermelha. Talvez um levante a mão, ou dois”, disse o professor Breier.
O calouro de Engenharia Florestal Pedro Gabriel participou da aula prática e contou que teve conhecimento do uso das sementes florestais na gastronomia com a culinária caiçara, na Ilha Grande/RJ. Ele afirma a importância desse saber em sala de aula: “Essa experiência é muito boa para quem está chegando à Universidade. Além disso, o frango estava uma delícia”.
O frango com sementes florestais
O professor Tiago veio do Sul e está há 12 anos na Rural. Desde que chegou, a receita do frango faz parte das suas aulas. “É fácil de fazer e atrai os alunos. A gente tem muito orgulho dessa nova dimensão na maneira de ensinar”, afirma.
O professor acrescenta que a receita poderia ser incrementada com alho, cebola e outros temperos, mas isso iria interferir na percepção do sabor das sementes. “Então a gente usa só aroeira vermelha, que dá um sabor incrível, e o urucum, que dá uma cor bonita. Imagina! Com esses dois temperos o frango fica gourmet”.
Ao longo do tempo, foi preciso adaptar a receita ao público. No curso, há cada vez mais alunos que não comem frango. Por isso foi criado o prato em uma versão vegetariana: palmito pupunha com sementes florestais. “A versão com pupunha faz mais sucesso que a original”, declara o professor.
Comida ecológica na escola
Uma das orientandas de mestrado do professor Tiago também optou pela gastronomia e ecologia como tema de dissertação e prática pedagógica. Ariene Basílio é professora de Ciências Naturais em Piraí e Barra do Piraí. Ela dá aula para os estudantes das séries finais do ensino fundamental propondo uma educação ambiental com foco em conservação da natureza.
A ideia é tornar as aulas de ciências as mais práticas possíveis. A construção de hortas escolares foca no plantio de espécies nativas. Ecogastronomia com pratos preparados com essas espécies tem o objetivo de educar o paladar dos estudantes para fontes nutricionais que os antepassados consumiam, sem agressão à saúde e ao meio ambiente.
Acesse a notícia completa na página do Rural Semanal da UFRRJ.
Fonte: Gabriela Venâncio, Rural Semanal da UFRRJ. Imagem: Gabriela Venâncio, Rural Semanal-UFRRJ.
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