Notícia

Por que é tão difícil mudar nosso estilo de vida mesmo sabendo o que é bom para nós?

Fonte

Universidade de Helsinque

Data

terça-feira, 6 dezembro 2022 15:25

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Coma bem, exercite-se, durma o suficiente. Embora todos conheçam maneiras saudáveis de viver, aderir a elas costuma ser difícil. Matti Heino, pesquisador especializado em comportamento de saúde e processos motivacionais, explica o porquê.

A aula de ginástica está prestes a começar, está chovendo e você está cansado. E você deve passear com o cachorro também.

Quando você perceber que está novamente encontrando obstáculos no caminho de um novo hobby esportivo iniciado com boas intenções, talvez seja melhor tentar uma abordagem diferente.

“Em termos de mudança de estilo de vida, é importante tentar descobrir maneiras de fazer as coisas que se adequem a você pessoalmente”, disse Matti Heino.

Heino trabalha na Universidade de Helsinque como pesquisador de comportamento de saúde e processos motivacionais no campo da psicologia social.

De acordo com Heino, muitas pessoas normalmente cometem o erro de tentar copiar modelos de artigos de jornais e outras fontes semelhantes. Esses modelos não são necessariamente uma boa combinação para circunstâncias pessoais ou motivação.

“E quando não funcionam, as pessoas pensam que são culpadas.”

A mudança bem-sucedida não é apenas uma questão pessoal

Segundo Heino, o que dificulta a mudança de hábitos de saúde e estilos de vida é sua ligação com tantas coisas em nossas vidas cotidianas.

“Há muitas forças diferentes nos puxando em direções diferentes. Estamos viajando como se estivéssemos em um riacho com correntes diferentes. As direções que podemos tomar não dependem apenas de nossa própria ação.”

Fazer mudanças requer traços individuais, como conhecimento, capacidades e motivação. Além disso, você precisa de várias oportunidades físicas e sociais que possibilitem a mudança. Você tem, por exemplo, tempo, equipamento ou dinheiro necessários? Quais são as atividades e atitudes das pessoas ao seu redor?

“Somos dependentes de outras pessoas e do nosso entorno, e é por isso que devemos considerar o nosso entorno em tudo o que fazemos.”

A mudança de comportamento sempre afeta os outros também. Na verdade, a mudança é limitada pelos esforços humanos para manter o sistema circundante. Ele também tem seus usos.

“Se pudéssemos mudar tudo em nosso ambiente, não haveria sociedade permanente. As circunstâncias estariam mudando constantemente.”

Esqueça a coerção, invista no apelo

As pessoas costumam dizer que têm muita ou pouca motivação para alguma coisa. No entanto, Heino postula que existem muitos tipos de motivação.

Nutrir a motivação autônoma ajuda a alcançar o sucesso na mudança. É quando as pessoas fazem as coisas porque as valorizam e gostam delas, não devido a pressões internas ou externas.

A motivação autônoma pode ser estimulada fazendo coisas que lhe dão uma sensação de controle, que geram sentimentos de capacidade e competência e que fortalecem sua conexão com os outros.

“Por exemplo, você pode pedir a um amigo com ideias semelhantes para participar”, disse Heino.

A pesquisa indica que as pessoas são capazes de mudar seu comportamento consideravelmente mais facilmente em grupos do que por conta própria.

Se você deseja ter sucesso, sentimentos positivos devem ser reforçados, enquanto a coação para fazer as coisas deve ser reduzida. Aumentar o apelo e a facilidade ajuda a tornar a mudança permanente.

Informações sobre formas adequadas de realizar mudanças no estilo de vida podem ser obtidas através da realização de um grande número de micro experimentos de baixo limiar, onde a falha é permitida.

“Você pode experimentar coisas com a mentalidade de que está acumulando informações sobre se algo funciona em sua situação de vida atual”, disse Heino.

Experimentos fáceis também são mais propensos a dar sentimentos de sucesso, do que mergulhar imediatamente em direção a mudanças drásticas.

“Precisamos de vitórias no nosso dia a dia. Elas nos motivam e nos dizem o que aumentar e o que diminuir nas circunstâncias atuais”, disse o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).

Fonte: Kati Kelola, Universidade de Helsinque. Imagem: Freepik, arte.

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