Notícia
Plantas emitem valores substanciais do gás de efeito estufa óxido nitroso
Estudo recente mostra que o impacto dos processos climáticos naturais é maior do que se pensava
PixabayChristine Böser, Universidade de Bingen
Fonte
Universidade de Heidelberg
Data
terça-feira, 23 outubro 2018 17:30
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciências Agrárias
O óxido nitroso, ou N2O, é um gás de efeito estufa que afeta a camada de ozônio e o clima da Terra. Até agora, especialistas acreditavam que os micróbios no solo eram os principais responsáveis pela sua formação. Recentemente, uma equipe interdisciplinar da Universidade de Ciências Aplicadas de Bingen e da Universidade de Heidelberg analisou mais de perto as plantas como fonte desse gás e o resultado do estudo foi que a flora emite quantidades consideráveis de óxido nitroso que contribui para o aumento dos Gases de Efeito Estufa (GEE). Ao contrário do aquecimento global induzido pelo homem, no entanto, sua produção e emissão são parte de um processo natural.
Até então, relatórios do clima, como os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), não incluíam as plantas como fonte significativa de óxido nitroso no orçamento climático global. No entanto, para calcular com precisão a contribuição humana na emissão dos gases de efeito estufa, é essencial identificar e quantificar todas as fontes desses gases – inclusive as naturais.
O estudo mostra que todas as plantas emitem óxido nitroso e contribuem significativamente para as emissões totais de N2O. Os pesquisadores relatam que, com base nesses estudos, as emissões das plantas poderiam representar cerca de cinco a dez por cento do óxido nitroso na atmosfera da Terra. “Para entender verdadeiramente o papel das plantas no ciclo do óxido nitroso e quantificá-lo com maior precisão, mais estudos sobre tipos representativos de plantas, especialmente árvores, são necessários”, enfatiza a professora Dra. Katharina Lenhart. “Este estudo foi apenas um primeiro passo para quantificar as emissões de óxido nitroso e entender os processos bioquímicos relacionados”, afirma a pesquisadora, professora de botânica, da Universidade de Ciências Aplicadas de Bingen e cientista convidada da Universidade de Heidelberg.
Para determinar a quantidade de emissões de N2O, os pesquisadores estudaram 34 plantas diferentes sob condições controladas em um laboratório fechado. Entre as plantas estavam tabaco, milho e lavanda. Para evitar contaminação com óxido nitroso gerado por bactérias, algumas das experiências foram conduzidas sob condições estéreis. Todos os experimentos ocorreram no escuro, de modo que o óxido nitroso emitido poderia estar relacionado à respiração da planta. Como seres humanos, as plantas liberam dióxido de carbono (CO2) quando respiram. O processo oposto e geralmente mais conhecido de absorção de CO2, no entanto, ocorre apenas na presença de luz durante a fotossíntese. “A relação N2O e CO2 está correlacionada, então pudemos usar a ampla pesquisa existente sobre as emissões de dióxido de carbono nas plantas para calcular a quantidade de óxido nitroso liberada”, explica a Profa. Lenhart.
Análises isotópicas também foram realizadas, pois todos os processos produtores de óxido nitroso liberam uma molécula de óxido nitroso com uma impressão digital típica de isótopos, incluindo plantas. “Ao medir a composição dos isótopos, pudemos demonstrar claramente que a maior parte do óxido nitroso não é liberada por bactérias no solo e que difere de todas as fontes conhecidas anteriormente”, acrescenta o professor Dr. Frank Keppler, que dirige o Grupo de Pesquisa Biogeoquímica no Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Heidelberg. Na próxima fase, os pesquisadores verificarão seus resultados laboratoriais em estudos de campo e incluirão outras espécies de plantas em suas investigações. Eles também querem explorar qual processo bioquímico contribui para a formação de óxido nitroso em plantas e o papel da biosfera na formação de óxido nitroso na história geológica. Uma questão particularmente interessante é como o aumento da temperatura global afeta a taxa em que as plantas liberam óxido nitroso.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Heidelberg (em inglês).
Fonte: Universidade de Heidelberg. Imagem: Christine Böser, Universidade de Bingen.
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