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Pesquisadores desenvolvem cappuccino vegano com frutos nativos do Cerrado e Pantanal

Cappuccino vegano leva ingredientes oriundos de frutos nativos do Cerrado e Pantanal, mistura instantânea a base de café, cacau e leite de amêndoa, baru e jatobá

Freepik, Wikimedia Commons com adaptações

Fonte

UFMS | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Data

Áreas

Agronegócio. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Gastronomia. Nutrição Coletividades. Sustentabilidade

Equilibrando amargor e cremosidade, o cappuccino é uma bebida com base de café expresso, leite vaporizado e uma camada generosa de espuma de leite. Com intuito de aliar sabor local e as tendências de mercado que valorizam produtos livres de ingredientes de origem animal, a Agrotec – Bioeconomia no Agronegócio, unidade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ligada à Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) desenvolveu um cappuccino vegano que, em sua composição, leva ingredientes oriundos de frutos nativos do Cerrado e Pantanal. A mistura instantânea a base de café, cacau e leite de amêndoa, baru e jatobá foi desenvolvida em parceria com a empresa Angi Chocolates e tem previsão para chegar ao mercado no primeiro semestre de 2024.

A Agrotec é credenciada na área de Tecnologias Aplicadas e atua no segmento da bioeconomia desenvolvendo produtos e processos inovadores sob demanda para empresas de todos os portes. Segundo a professora  Dra. Luciana Miyagusku da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição e pesquisadora responsável pelo desenvolvimento do cappuccino, o produto é inovador “especialmente ser 100% vegetal, com ingredientes distintos do Cerrado e Pantanal, e ser uma proposta alinhada com demandas e tendências de mercado, como a crescente busca por produtos veganos e o uso de ingredientes regionais, pois incorpora princípios de sustentabilidade”, pontuou a pesquisadora.

A concepção do produto é realizada por uma equipe de professores e técnicos que acompanham desde a pesquisa inicial e ideação até o lançamento no mercado. “Inicialmente, identificam-se oportunidades e lacunas no mercado, analisando tendências e preferências dos consumidores. A fase de concepção e planejamento inclui o desenvolvimento do conceito, formulação e características do produto, bem como avaliações de viabilidade técnica, econômica e legal, abrangendo o planejamento da produção em larga escala e a análise da cadeia de suprimentos.

A etapa de pesquisa e desenvolvimento focou na formulação e teste de protótipos, adaptando a formulação com base nos resultados dos testes. A produção piloto permite ajustes finos na formulação e processo de fabricação, sempre atento aos aspectos regulatórios para garantir conformidade com regulamentações”, explicou a pesquisadora.

A professora Dra. Luciana Miyagusku evidencia que os alimentos veganos vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado alimentício nos últimos anos. “Há uma crescente conscientização sobre questões relacionadas à saúde, meio ambiente e ética animal, o que tem levado muitas pessoas a adotarem dietas mais baseadas em plantas. Como resposta a essa demanda crescente, a indústria alimentícia tem investido em inovação e no desenvolvimento de produtos veganos, proporcionando uma variedade maior de opções no mercado”, contou a professora.

Segundo a pesquisadora, a escolha de utilizar leite vegetal de frutos nativos do Cerrado está associada a vários motivos, incluindo aspectos ambientais, sustentabilidade, preservação da biodiversidade e valorização de alimentos locais. “Esses ingredientes não apenas enriquecem o perfil de sabor, mas também destacam a riqueza da biodiversidade desses ecossistemas brasileiros. O cappuccino vegano com frutos nativos do Cerrado e do Pantanal oferece uma experiência única que celebra a cultura local, a sustentabilidade e a diversidade de ingredientes naturais, proporcionando uma alternativa para quem busca uma conexão mais profunda com os sabores regionais”, enfatizou a professora.

A Angi Chocolates é conhecida por utilizar frutos nativos do Pantanal e Cerrado na composição de seus produtos. A proprietária da empresa, Beatriz Branco, ressaltou que a inclusão desses frutos permite educação ambiental e alimentar. “A Angi promove educação através dos aromas, dos sabores, mostrando para o cliente como é possível diversificar a alimentação e olhar para o que existe ao seu redor. Muitas vezes vivemos numa cegueira botânica e não enxergamos que existem alimentos ao nosso redor muito mais ricos do que aqueles que do supermercado. A ideia é ser uma ponte para levar os ingredientes do Cerrado e do Pantanal para clientes que queiram conhecer as nossas riquezas e biodiversidade através da cultura gastronômica e de alimentos tradicionais e locais”, relatou Beatriz Branco.

A empresária enfatiza que a parceria com a Agrotec-UFMS pode ser um apoio fundamental para negócios de diferentes portes. “Eu gostei muito da experiência e, a partir desse primeiro projeto, espero desenvolver outros produtos tendo esse apoio. É engrandecedor para as empresas poder ter esse apoio da academia, dos projetos de inovação que são desenvolvidos com a Embrapii e com o suporte da ciência e da tecnologia também para o desenvolvimento socioeconômico das pequenas e grandes empresas do Brasil”, finalizou Beatriz Branco.

Agrotec-UFMS Embrapii

A Agrotec é uma Unidade Embrapii credenciada na área de Bioeconomia no Agronegócio, com atuação em tecnologia de alimentos, bioinsumos e tecnologias para a sustentabilidade do agronegócio. Com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, voltada à área da Bioeconomia, desenvolveu experiência em projetos de P&D com ênfase em tecnologias aplicadas a sistemas de produção, produção de alimentos funcionais e nutracêuticos e no desenvolvimento e formulação de bioinsumos, agregando valor às cadeias produtivas da bioeconomia.

Acesse a notícia completa na página da UFMS.

Fonte: Alíria Aristides, UFMS. Imagem: Freepik, Wikimedia Commons com adaptações.

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