Notícia

Pesquisadores da UFPB produzem vinho de mangaba que demonstrou boa atividade antioxidante

Compostos encontrados na bebida têm atividade antioxidante e atuam combatendo radicais livres

Wikimedia Commons, arte

Fonte

UFPB | Universidade Federal da Paraíba

Data

sábado, 9 abril 2022 15:10

Áreas

Agricultura. Agronegócio. Agronomia. Biotecnologia. Ciências Agrárias. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos

A palavra mangaba é de origem tupi guarani, que significa “coisa boa de comer”. A fruta pequena e amarelada muito conhecida na região Nordeste do Brasil já é usada na fabricação de sucos, sorvetes, doces, dentre outros. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) produziu uma bebida alcoólica fermentada de mangaba, o vinho de mangaba. A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of Food Processing and Preservation.

Francisco Lucas Chaves Almeida, aluno egresso do Bacharelado em Agroindústria do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA-UFPB), que integrou a equipe que realizou a pesquisa entre 2016 e 2018 e desenvolveu o trabalho de conclusão de curso sobre o assunto, conta que a motivação inicial para a pesquisa foi o fato da mangaba, que tem o nome científico de Hancornia Speciosa Gomes, ser uma fruta rica em nutrientes e de aroma e sabor muito característicos, mas pouco difundida em algumas regiões do país.

“Além disso, a mangaba é muito perecível quando in natura; assim, pensamos em agregar valor à essa fruta por meio da bebida alcoólica, além de diversificar o mercado de bebidas fermentadas e difundir um pouco mais o conhecimento sobre essa fruta tão interessante”, explicou Lucas Chaves.

Os pesquisadores produziram e caracterizaram quatro diferentes bebidas alcoólicas fermentadas de mangaba para a escolha da melhor formulação, estudando as características microbiológicas, físico-químicas e sensoriais dessa bebida. O grupo formado por Lucas Chaves e pelos professores da UFPB DR. Emanuel Neto Alves de Oliveira e a Dra. Elisandra Costa Almeida, além de outros colaboradores, também investigou a melhor forma de armazenar a formulação do vinho de mangaba.

A pesquisa rendeu um depósito do pedido de patente realizado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), por meio da Agência de Inovação Tecnológica da UFPB (Inova), e aguarda a finalização do processo. Os pesquisadores conseguiram formular uma bebida que pode ser armazenada por seis meses em garrafa de vidro e com ótimos resultados para todos os parâmetros.

Foram identificados oito compostos fenólicos principais, que são estruturas químicas presentes em alimentos, sendo a maioria classificados como ácidos hidroxibenzóicos e derivados. Compostos fenólicos, normalmente, têm atividade antioxidante no corpo e, com isso, atuam combatendo radicais livres que podem aumentar o envelhecimento e até mesmo a incidência de algumas doenças como câncer.

As bebidas alcoólicas fermentadas de mangaba foram preparadas no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Bebidas Fermento-destiladas (LABEB-UFPB), no Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), localizado no Campus III, em Bananeiras.

A caracterização físico-química do fermentado alcoólico foi realizada no Laboratório de Análise Físico-química de Alimentos do CCHSA e considerou como parâmetros pH, acidez total, fixa e volátil; açúcares totais, relação álcool/extrato seco reduzido, dentre outros. Além disso, foram realizadas análises de teor alcoólico e cor, usando um colorímetro instrumental.

“A bebida se assemelha muito com um vinho seco, aqueles com baixo teor de açúcar, e demonstrou boa atividade antioxidante. Nós fizemos um teste sensorial com mais de 50 avaliadores para saber a opinião dos mesmos e, em termos gerais, a bebida pode ser bem aceita”, conta Lucas Chaves.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFPB.

Fonte: Elidiane Poquiviqui, edição – Aline Lins. Imagem: Wikimedia Commons, arte.

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