Notícia
Pesquisadoras investigam como produtos simbióticos agem para prevenir doenças intestinais
Segundo as pesquisadoras o uso profilático do simbiótico testado protege o intestino de bactérias nocivas, reduz o processo inflamatório e ajuda a regredir as lesões iniciais do câncer de cólon
Divulgação, UFV
Fonte
UFV | Universidade Federal de Viçosa
Data
sexta-feira, 8 julho 2022 09:45
Áreas
Ciência e Tecnologia de Alimentos . Nutrição Clínica. Saúde Pública
A descoberta de que algumas doenças estão ligadas à microbiota intestinal abre muitas possibilidades para a ciência investigar até que ponto os microrganismos que vivem no nosso intestino influenciam na saúde. Probióticos como o kefir, kombucha e os produtos lácteos enriquecidos com lactobacilos viraram moda em todo o mundo, prometendo uma microbiota intestinal mais rica e saudável.
Estudar a interação de produtos pré e probióticos na prevenção de doenças intestinais, como o câncer de intestino e o câncer associado à inflamação, foi o objetivo da pesquisadora Dra. Bruna dos Santos Cruz, agora professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em Rio Paranaíba. Os resultados renderam a ela e à sua orientadora, a professora Dra. Maria do Carmo Gouveia Peluzio, do Departamento de Nutrição e Saúde, quatro prêmios em anos consecutivos no Ganepão, o maior congresso da América Latina na área.
Probióticos são microrganismos vivos, capazes de enriquecer beneficamente a nossa microbiota intestinal. Os prebióticos, por sua vez, são compostos formados por fibras que funcionam como alimentos para estes microrganismos. Juntos, eles formam os simbióticos.
Desde o mestrado, em 2016, a Dra. Bruna se dedica a pesquisar a influência de simbióticos na prevenção de lesões na mucosa intestinal, que podem progredir para um câncer de cólon. No doutorado, defendido no início deste ano, a pesquisadora usou camundongos que foram geneticamente modificados para desenvolver doenças inflamatórias intestinais, mais especificamente a colite. Durante os experimentos, eles foram tratados com o probiótico comercial chamado de VSL3 e o prebiótico PBY, desenvolvido e patenteado pela UFV, sob a coordenação da professora Dra. Célia Luces Fortes Ferreira (Departamento de Tecnologia de Alimentos), e elaborado com fibras da batata yacon. Outros estudos científicos já haviam mostrado a eficiência de simbióticos na prevenção do câncer de cólon, mas faltava entender como agiram para evitar que a inflamação causada pela colite evoluísse para a carcinogênese do cólon.
O trabalho, premiado com o primeiro lugar este ano no congresso Ganepão, mostra que os animais tratados com o simbiótico apresentaram uma microbiota diferente dos que não receberam o tratamento. “Os que ingeriram o simbiótico tinham uma microbiota mais rica em número e em variedade de bactérias benéficas ao organismo, oferecendo, portanto, maior proteção anti-inflamatória”, explicou a Dra. Bruna.
Ao avaliar as vias metabólicas de ação das bactérias no intestino, a pesquisadora descobriu que o simbiótico também foi capaz de modificar o ambiente intestinal, impedindo a presença de uma bactéria relacionada à inflamação celular, que pode levar ao desenvolvimento do câncer. Isso significa, segundo as pesquisadoras, que o uso profilático do simbiótico testado protege o intestino de bactérias nocivas, reduz o processo inflamatório e ajuda a regredir as lesões iniciais do câncer de cólon.
Assim, como os produtos testados são seguros, as pesquisadoras consideram que os resultados ajudam no entendimento da atuação dos simbióticos, contribuindo para prescrições que podem prevenir a doença em humanos.
Acesse a notícia completa na página da UFV.
Fonte: UFV. Imagem: Divulgação, UFV.
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