Notícia
Pesquisador internacional visita projeto de biofortificação de arroz com zinco
Pesquisador referência internacional coordena os estudos do Projeto HarvestZinc vinculado ao Programa HarvestPlus
Comunicação campus Uberaba, IFTM
Fonte
IFTM | Instituto Federal do Triângulo Mineiro
Data
quarta-feira, 13 fevereiro 2019 14:30
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciências Agrárias
O Campus Uberaba do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFTM recebeu a visita do pesquisador Dr. Ismail Cakmak, da Universidade Sabanci – Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais de Tuzla, da província de Istambul na Turquia, acompanhado pelo professor Dr. Luiz Roberto Guilherme da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
O Dr. Ismail, referência internacional no meio das Ciências Agrárias, premiado diversas vezes pelo trabalho em nutrição vegetal, coordena os estudos sobre biofortificação do Projeto HarvestZinc vinculado ao Programa HarvestPlus, e esteve no campus Uberaba visitando os experimentos de arroz biofortificados com zinco desenvolvidos na instituição.
A pesquisa que é desenvolvida no Brasil, China, Índia, Paquistão, África do Sul, Tailândia, Peru e Zimbábue, testa a biofortificação agronômica nas culturas do arroz e trigo. Os resultados das três primeiras fases do projeto, de 2008 a 2017, revelaram a viabilidade da estratégia de aplicação de fertilizantes em vegetais com potencial no alívio de deficiências de zinco (Zn), iodo (I), ferro (Fe) e selênio (Se), além do impacto positivo na saúde humana.
O Dr. Roberto Guilherme, professor de Ciências do Solo da UFLA e coordenador das ações do projeto HarvestZinc, no Brasil, desde 2014, explica que a função primordial do projeto é melhorar qualidade de culturas que são consumidas por grande parte da população mundial, no caso específico do Brasil, o arroz.
Os pesquisadores da UFLA e EPAMIG, Dr. Luiz Roberto Guilherme e o Dr. Fábio Aurélio Martins, coordenador geral e de atividades de campo, respectivamente, do projeto no Brasil. Eles relatam que ocorreram aumentos significativos nas concentrações de iodo, zinco e selênio nos grãos de arroz, após a pulverização foliar com estes elementos. Complementam que, a biofortificação agronômica de culturas alimentares com micronutrientes fornece uma opção prática e econômica para combater o problema global de desnutrição de zinco (Zn) e outros nutrientes. “Os resultados gerados recentemente para arroz e trigo no âmbito do projeto HarvestZinc demonstraram que as abordagens de biofortificação agronômica (estratégias de adubação e nutrição foliar) e genética (estratégias de melhoramento de plantas) são complementares e sinérgicas. A exploração da combinação destas estratégias tem alto potencial para aumentar as concentrações de nutrientes nos grãos em níveis desejados”, comentam.
Eles informam, ainda, que, nesta 4ª fase do projeto, de 2018 a 2021, as pesquisas avaliam novos produtos fertilizantes foliares, avaliando sua eficácia agronômica no aumento da concentração de micronutrientes em grãos de cultivos alimentares. Também exploram sinergias a partir da combinação de abordagens genéticas e agronômicas para impulsionar e estabilizar as concentrações de micronutrientes nos níveis desejados. Investigam, ainda, a eficácia agronômica de um coquetel de fertilizantes com micronutrientes contendo zinco, iodo, e selênio em sua composição, visando aumento na concentração de micronutrientes em arroz. O projeto prevê, ainda, um estudo de aceitabilidade pelo consumidor de trigo biofortificado com zinco, iodo e selênio, conduzindo um teste conceitual seguido por um teste de produto. Esta fase termina com a realização de eventos chamados “Dias de Micronutrientes” para agricultores, como o dia do Zinco. O objetivo é introduzir e entregar os resultados do projeto e os conhecimentos relacionados aos agricultores e organizações governamentais.
“Quando a gente mostra para a sociedade que conseguimos produzir alimentos, estamos dando retorno para a sociedade que muito nos cobra e, vamos fazer isso com instituições públicas, como é o caso aqui do IFTM”, complementa o Dr. Roberto.
O Dr. Ismail Cakmak, nos contou que muitos estudos, com a transformação genética de planta para fazer com que ela absorva mais nutrientes, têm sido realizados, porém ainda assim, é preciso colocar nutrientes no solo. “Não adianta ter a melhor planta com o melhor aparato genético se você não tem de onde tirar os nutrientes”, explica.
“Nós temos 2 bilhões de pessoa no mundo que têm hidden hunger (fome oculta), que juntamente com a fome mundial, são dois grandes problemas que precisam ser resolvidos. Esse nosso trabalho é um compromisso humanitário”, encerra.
No Brasil são conduzidos experimentos em 4 diferentes localidades de Minas Gerais: na fazenda experimental da Universidade Federal de Lavras (UFLA), nos campos experimentais da EPAMIG em Lambari e Patos de Minas, além do experimento instalado em Uberaba, no campus do IFTM.
O professor Dr. Daniel Rufino Amaral é responsável por coordenar as atividades do projeto em Uberaba, com apoio do professor e tutor do grupo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Engenharia Agronômica, Dr. Márcio José Santana, constituindo excepcional oportunidade para envolvimento de estudantes em atividades de pesquisa de alto impacto científico.
Além dos pesquisadores, três estudantes dos 7º e 9º períodos do curso de Engenharia Agronômica participam do projeto.
“Dentro do projeto da parceria do IFTM com a UFLA, estou atuando no projeto de soja, na condução do manejo e do experimento. Acredito que isso possa contribuir muito para minha formação e dos demais envolvidos. Os conhecimentos práticos e teóricos contribuem para formação”, conta Luís Henrique Souza Fávaro (9º período).
Acesse a notícia completa na página do IFTM.
Fonte: campus Uberaba, IFTM. Imagem: Comunicação campus Uberaba, IFTM.
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