Notícia
Pesquisador indica enzima para facilitar digestão em frangos
Pesquisa sobre utilização de sorgo na alimentação animal sugere adição de substâncias proteolíticas à ração
Alexandre Costa, Universidade Federal de Uberlândia
Fonte
UFU | Universidade Federal de Uberlândia
Data
quinta-feira, 23 maio 2019 09:30
Áreas
Pecuária. Zootecnia
A pesquisa conduzida pelo professor Dr. Evandro de Abreu Fernandes, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), numa fase anterior, demonstrou vantagens da utilização do sorgo, em comparação com o milho, na alimentação de aves (leia aqui). Agora, o estudo tem um novo capítulo de descobertas: a adição de enzimas proteolíticas à ração potencializa o aproveitamento do sorgo pela ave.
O sorgo é um cereal de origem africana que tem de 62% a 65% de amido, assim como o milho, mas que tem mais proteína (de 8,5% a 9% contra 7,8% a 8% do milho) e menos óleo (1,5% contra 3% do milho). Segundo o Dr. Fernandes, há vantagens econômicas na substituição do milho pelo sorgo, pois esse cereal é mais precoce e resistente a estresse hídrico que o milho e seu plantio é adequado à safrinha, ou seja, o intervalo entre safras principais.
Observando frangos e porcos que consomem milho e sorgo, os pesquisadores da UFU notaram diferenças no aproveitamento energético. Nos suínos, o ganho de energia a partir do consumo de sorgo é igual ao do milho, mas, em cada frango adulto, há uma diferença de 100 a 120 quilocalorias no aproveitamento dos dois grãos, com desvantagem para o sorgo.
O que explica essa diferença? O tamanho do tubo gástrico e, consequentemente, o tempo de digestão dos grãos. Nos suínos, são oito horas ou mais da boca à excreção, enquanto na ave são quatro horas. “A gente sabe que a digestibilidade é um fator de oportunidade de contato do alimento com as enzimas. Se eu tenho, no caso do sorgo, uma proteína mais densa do que o milho, isso pode fazer com que nem toda proteína seja digerida e consequentemente nem todo amido do grão de sorgo seja digerido. Por isso ele tem uma energia mais baixa na ave, o que não acontece no suíno”, explica o Dr. Fernandes.
A ciência pode propor algo que melhore a digestibilidade das aves que consomem sorgo? A resposta é sim. Segundo o Dr. Fernandes, a solução é uma enzima que ajuda os frangos a digerirem proteína. O professor e seus orientandos testaram, na Fazenda do Glória da UFU, quatro tipos de alimentação para aves: sorgo inteiro com enzima, sorgo inteiro sem enzima, sorgo moído com enzima e sorgo moído sem enzima.
“A dose destas enzimas utilizadas nas rações é muito pequena. As enzimas que utilizamos neste experimento foram adicionadas à razão de 120g por tonelada de ração. Existem no mercado de aditivos nutricionais para as rações de animais outros tipos de enzimas como carboidrases e fitases”, esclarece o professor da UFU.
Os frangos foram pesados semanalmente e, com 21 dias, os pesquisadores perceberam maior ganho de peso daqueles que comeram sorgo inteiro com enzima com relação ao sorgo inteiro sem enzima. No caso do sorgo moído, é possível até reduzir a quantidade de farelo de soja na ração, que é o item mais caro.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Uberlândia.
Fonte: Diélen Borges, Universidade Federal de Uberlândia. Imagem: Alexandre Costa, Universidade Federal de Uberlândia.
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