Notícia

Pesquisa evidenciou que substância presente na cebola e alho pode amenizar o diabetes

Estudo evidenciou que a substância s-metil cisteína, presente em vegetais do gênero allium, como o alho e a cebola,  pode amenizar os efeitos danosos do diabetes no intestino

Pixabay

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

quarta-feira, 12 maio 2021 15:35

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Funcional. Saúde Pública

Terceira maior causa de mortes naturais no Brasil, o diabetes atualmente acomete ao menos 13 milhões de pessoas no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Caracterizada pela incapacidade do organismo de produzir ou utilizar adequadamente a insulina, hormônio responsável pelo controle do nível de glicose no sangue, a doença pode levar a graves complicações se não for devidamente tratada.

Por outro lado, é possível conviver com diabetes e levar uma rotina relativamente normal, desde que os tratamentos recomendados sejam seguidos e uma alimentação saudável faça parte do cotidiano. Ainda assim, a busca para melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas pela doença e para evitar que ela seja adquirida movimenta o meio científico a todo o momento.

Assim, um estudo, realizado pelo grupo de pesquisa Plasticidade Morfofuncional dos Sistemas Orgânicos. Microscopia Celular e Tecidual, evidenciou que a substância s-metil cisteína pode amenizar os efeitos danosos do diabetes no intestino. O aminoácido está presente em vegetais do gênero allium, como o alho (Allium sativum) e a cebola (Allium cepa L), e sua atuação no organismo foi descrita em um artigo.

Intitulado “Sulfóxido de S-metil cisteína melhora as alterações morfológicas duodenais em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina“, o trabalho foi publicado recentemente, recebendo destaque na capa em edição impressa da revista científica Tissue and Cell. Concluída a fase pré-clínica, os pesquisadores vão investigar outros fatores e preparar o caminho para testes com pacientes diabéticos.

Entre os benefícios apresentados pela substância estão o seu efeito hipoglicemiante, ou seja, a capacidade de reduzir a glicose no sangue, e sua atuação anti-inflamatória, ao modular a interleucina 10 e o fator nuclear kappa B. Outra característica demonstrada foi a diminuição de alterações no volume da mucosa intestinal causadas pela hiperglicemia. Essas alterações intestinais, em diabéticos, geralmente estão associadas a distúrbios gastrointestinais como diarreia crônica e atraso no esvaziamento gástrico.

“A administração desse aminoácido pode ser uma terapia alternativa promissora para as alterações intestinais causadas pela Diabetes Mellitus. No entanto, mais estudos são necessários para compreender totalmente os mecanismos moleculares subjacentes envolvidos”, Valéria Milena Dantas de Castro, autora principal do artigo, desenvolvido em seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Biologia Estrutural e Funcional do Centro de Biociências (CB/UFRN).

No entendimento da professora do Departamento de Morfologia e coautora do artigo, Dra. Naisandra Bezerra da Silva Farias, os resultados do trabalho apresentam indícios interessantes. Para a pesquisadora, ainda é preciso compreender melhor como a substância atua em outras partes do organismo.

“São resultados importantes pois demonstram que uma dieta saudável com a inclusão da cebola pode amenizar danos teciduais relacionados à diabetes. O grupo ainda está desenvolvendo estudos avaliando a ação do aminoácido em outros órgãos, como vasos sanguíneos e rins, uma vez que os sistemas circulatório e urinário são os mais afetados pela doença”, revela a Dra.  Naisandra.

Diante das informações geradas por essa etapa do estudo, o grupo pretende avançar no conhecimento da ação da s-metil cisteína. “Esperamos, em um futuro próximo, que nossos resultados possam contribuir para o desenvolvimento de pesquisas clínicas em humanos”, planeja a professora Dra. Naisandra

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFRN.

Fonte: Marcos Neves Jr., UFRN. Imagem: Pixabay.

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