Notícia

Pesquisa aponta que ambiente alimentar piorou muito nos últimos dez anos

A grande diferença de densidade dos estabelecimentos não saudáveis com relação aos estabelecimentos saudáveis é compatível com o conceito de “pântanos alimentares”

Pixabay

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

sábado, 14 novembro 2020 11:15

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

O ambiente alimentar comunitário de Belo Horizonte é cada vez menos propício à alimentação saudável. No período de dez anos a partir de 2008, aumentou em 154% a quantidade de estabelecimentos formais na cidade que comercializam alimentos que não fazem bem à saúde. A constatação é de pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos, Pesquisas e Práticas em Ambiente Alimentar e Saúde (GEPPAAS), da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os estabelecimentos formais mistos, que vendem alimentos saudáveis e não saudáveis, e aqueles que oferecem os alimentos apropriados aumentaram bem menos: 51% e 32%, respectivamente. A coleta de dados foi feita nos anos de 2008, 2011, 2015 e 2018.

“O ambiente alimentar em BH foi se modificando ao longo dos anos”, afirma a professora Dra. Milene Cristine Pessoa, do Departamento de Nutrição. Ela explica que o ambiente alimentar é caracterizado pelos tipos de lojas de alimentos e circunstâncias de aquisição e consumo, e que fatores ambientais, sociais, individuais e demográficos têm impacto direto no acesso das pessoas a alimentos mais ou menos saudáveis. “A análise das informações do ambiente alimentar comunitário possibilita investigar o contexto de oportunidades e limitações relacionadas à alimentação, proporcionando também oportunidades de intervenções e mudanças estratégicas nas políticas públicas locais”, disse a professora.

Para caracterizar o ambiente alimentar comunitário, o grupo de pesquisa desenvolveu uma base de dados geocodificados, com informações provenientes de fonte governamental sobre os estabelecimentos de venda de alimentos, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A variação temporal foi analisada segundo os tipos de estabelecimento e por categorias agrupadas.

De acordo com a Dra. Milene Pessoa, os estabelecimentos foram classificados conforme a atividade-fim e os produtos predominantemente comercializados. Eles foram categorizados em quatro grupos: in natura e minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados). Os estabelecimentos foram, então, agregados como estabelecimentos saudáveis, mistos e não saudáveis, com base em metodologia proposta pelo Estudo sobre Mapeamento dos Desertos Alimentares no Brasil, iniciativa da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional.

‘Pântanos alimentares’

No intervalo de 2008 a 2018, segundo a pesquisa, a população residente na capital cresceu de forma discreta (2,7%), enquanto a densidade dos estabelecimentos de alimentos manteve elevação crescente e significativa (107%). Em 2008, eram cerca de três estabelecimentos saudáveis para cada 5 mil habitantes do município; em 2018, eram cerca de quatro estabelecimentos para a mesma quantidade de moradores. “Em contrapartida, a densidade de estabelecimentos não saudáveis mais que dobrou no mesmo período, aumentando de cerca de 17 estabelecimentos 41 [por 5 mil habitantes] no período em dez anos”, disse a Dra. Milene.

A grande diferença de densidade dos estabelecimentos não saudáveis com relação aos estabelecimentos saudáveis é compatível com o conceito de “pântanos alimentares”, locais onde predomina o comércio de alimentos ultraprocessados. “Observa-se crescimento na distribuição dessa categoria em todo o município, principalmente na região central da cidade, o que reforça a piora da característica do ambiente alimentar de Belo Horizonte”, explicou a Dra. Milene Pessoa.

Acesse a notícia completa na página da UFMG.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG. Imagem: Pixabay

Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 nutrição t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Alimentos, Alimentação, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account