Notícia

Os benefícios do azeite para a saúde e bem-estar

Fonte

Universidade de Sevilha

Data

sexta-feira, 10 março 2023 12:10

Áreas

Agricultura. Agronomia. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição Funcional

Os efeitos benéficos do azeite para a saúde, comumente atribuídos aos seus componentes menores, como os polifenóis, já foram bem estabelecidos pela ciência. Mas pouca atenção tem sido dada ao ácido oleico, que representa entre 70 e 80% de sua composição. Por isso, um grupo de professores das Faculdades de Farmácia e Medicina da Universidade de Sevilha, juntamente com profissionais do Distrito Sanitário Sevilla Norte e Aljarafe e do Hospital Costa del Sol, compilaram em um estudo, publicado na revista científica Nutrients, suas principais contribuições para a saúde.

Este ácido graxo é o principal componente do azeite e é responsável por muitas propriedades saudáveis. O ácido oleico é produzido através da alimentação e síntese no próprio corpo. Assim, é o ácido graxo monoinsaturado (MUFA) mais abundante na dieta humana.

A dieta mediterrânea é a mais reconhecida para a prevenção de doenças e envelhecimento. A oliveira (Olea europaea L.) é comum na bacia mediterrânica e o azeite, extraído do seu fruto, é o nutriente mais característico e a principal gordura desta dieta, que se caracteriza também por um elevado consumo de vegetais, um consumo moderado de peixe, um consumo baixo-moderado de laticínios, um baixo consumo de carne vermelha e um consumo moderado de vinho.

O ácido oleico é o principal MUFA no sistema circulatório humano. No cérebro, é um grande componente dos fosfolipídios da membrana e é altamente abundante nas bainhas de mielina dos neurônios. Uma diminuição significativa no ácido oleico foi observada nos cérebros de pacientes com transtornos depressivos maiores e doença de Alzheimer.

Como todos os ácidos graxos livres, a principal função do ácido oleico é ser uma molécula de energia e um elemento das membranas celulares. Um de seus efeitos mais característicos é sua capacidade antioxidante, pois pode regular diretamente tanto a síntese quanto a atividade de enzimas antioxidantes. Outra propriedade benéfica é o seu efeito hipocolesterolêmico: diminui a expressão de proteínas relacionadas ao transporte do colesterol, diminuindo a absorção do colesterol, prevenindo assim a aterosclerose.

O ácido oleico também é reconhecido como uma molécula anticancerígena devido aos efeitos inibidores do referido nutracêutico na superexpressão de oncogenes e seus efeitos na morte celular programada. Além disso, o ácido oleico é geralmente considerado uma molécula anti-inflamatória, embora essa qualidade ainda seja objeto de debate na comunidade científica.

Por outro lado, a oleoiletanolamida, um derivado do ácido oleico, por si só tem efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, e atualmente tem sido proposta como um potente agente terapêutico para o tratamento da obesidade. Isso reforça as características benéficas do ácido oleico para a saúde. Novas pesquisas sugerem que pode influenciar os mecanismos epigenéticos (modificações diretas no DNA e proteínas associadas) e a modulação do sistema imunológico, regulando especificamente as células envolvidas no desenvolvimento da inflamação.

Por último, os autores deste estudo observaram que a maioria dos trabalhos em que se estuda o azeite foram realizados em animais, pelo que alertam para a necessidade de desenvolver mais investigação para confirmar as importantes propriedades demonstradas por esta molécula e os seus derivado, oleoiletanolamida, em humanos.

Autores do artigo

Dra. Consuelo Santa-María – Facultad de Farmacia, Universidad de Seville

Dra. Soledad López-Enríquez, Dr. Sergio Montserrat-de la Paz, Dra. María Edith Reyes-Quiroz, Dra. Francisca Palomares, Dr.Francisco Sobrino, Dr. Gonzalo Alba da Facultad de Medicina, Universidad de Seville;

Dra. Isabel Geniz – Distrito Sanitario Seville Norte y Aljarafe

Dra. Manuela Moreno – Departamento de Farmacia y Nutrición, Hospital Costa del Sol

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sevilha (em espanhol)

Fonte: Universidade de Sevilha. Imagem: Freepik.

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