Notícia
Óleo extraído de erva cidreira pode auxiliar agricultores no combate a pragas
Componente encontrado na planta potencializa ação formicida
Divulgação
Quem costuma tomar chá de erva-cidreira-brasileira (Lippia alba) não imagina que, além de aliviar gripes e resfriados, a planta pode ser usada como matéria-prima para a extração do óleo essencial, substância aromática encontrada em flores, ervas, frutas e especiarias. Utilizado por pequenos produtores na agricultura orgânica, o óleo tem uma rica presença de carvona, composto que potencializa a ação inseticida dos óleos essenciais, como aponta a pesquisa desenvolvida pelos estudantes José Carlos Freitas de Sá Filho, Luís Fernando de Andrade Nascimento, Vanderson dos Santos Pinto, Alisson Marcel Souza de Oliveira e pelo orientador Dr. Arie Fitzgerald Blank.
Premiada na Jornada Nacional de Iniciação Científica da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), a pesquisa surgiu a partir dos testes realizados no gorgulho do milho e carrapato bovino, que demonstraram a ação inseticida da carvona, um dos compostos presentes no óleo essencial extraído da erva-cidreira-brasileira. A ideia era que houvesse melhoramento e obtenção de uma progênie que apresentasse maior concentração de carvona no óleo essencial da planta.
Atualmente, a pesquisa está focada na utilização do óleo essencial rico em carvona para as formigas cortadeiras. De acordo com o orientador da pesquisa Dr. Arie Fitzgerald Blank, já existem atividades com óleo essencial destinadas a carrapatos e pragas, mas como formicida é diferente. “Alguns progênies que a gente testou demonstraram uma grande mortalidade das formigas. Então, é bastante promissor que no futuro possa ter um produto que controla formigas cortadeiras através do óleo essencial dessa planta [erva-cidreira-brasileira]”, destaca o professor.
Banco de Germoplasma
Localizado no campus Rural da UFS, o Banco de Germoplasma é um espaço de armazenamento do material genético das plantas medicinais aromáticas. De acordo com Arie, após serem identificadas, cada planta recebe um código (acesso) e é colocada em coleções que facilitam a busca para utilização. “A gente tem o processo de conservação dessas espécies, que podem ser perdidas pela especulação imobiliária. São mais de dez anos de trabalho de conservação do material genético dessas plantas do país”.
SBPC
Após apresentações em eventos científicos realizados na UFS, a pesquisa foi indicada para a Jornada Nacional de Iniciação Científica da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC). “Eu esperava esse prêmio porque a gente acredita no potencial do trabalho. Foi uma honra para mim estar representando o grupo de pesquisa e a UFS. Para gente, isso é uma vitrine para expor o trabalho e para que isso aguce a curiosidade de outras pessoas”, ressalta José Carlos.
Para o orientador, o foco da pesquisa é oferecer oportunidades para os pequenos produtores e o prêmio “vem para coroar uma linha de pesquisa que é única no país”. “Esse programa de melhoramento, no futuro, vai poder favorecer os pequenos produtores de agricultura orgânica, ou seja, não pensar em algo para quem é rico, mas para os pequenos [agricultores] que podem usar uma planta medicinal para controlar as pragas na cultura dele. A universidade tem a obrigação de oferecer possibilidades para os pequenos produtores conseguirem produzir também é de forma orgânica”, afirma o Dr. Arie Blank.
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