Notícia

Obesidade pode desregular células especializadas do tecido adiposo

Os macrófagos são importantes porque auxiliam na regulação do corpo como um todo, além do tecido adiposo

NIAID, Wikimedia Commons

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

quarta-feira, 10 abril 2019 10:45

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades

O trabalho, Vasculature-associated fat macrophages readily adapt to inflammatory and metabolic challenges, publicado na revista científica Journal of Experimental Medicine apresenta uma descrição ampla das células presentes no tecido adiposo. “Há vários tipos de macrófagos nos tecidos e nós encontramos uma população no tecido adiposo, que é regulada rapidamente, tanto quando há excesso de gordura como em situações de jejum”, explica o Dr. André Báfica, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP). “No ensino médio, a gente aprende que os macrófagos são as ‘células de limpeza’ do organismo. Os macrófagos são encontrados em qualquer tecido do corpo e se você é exposto a infecções ou a produtos como proteínas e carboidratos, eles ‘comem’ praticamente tudo”, diz o Dr. Báfica, lembrando que o processo é chamado de fagocitose.

Uma das descobertas importantes do artigo é a proximidade dos macrófagos com o sistema vascular. “Quando olhamos a gordura mais a fundo, o macrófago está bem íntimo com esse vaso, todo enrolado nele”, conta o Dr. Báfica. A regulação dos processos é realizada rapidamente, aponta o estudo.  “Se você ingere proteína, cinco minutos depois, as proteínas já estão dentro destes macrófagos chamados VAMs (Vasculature-associated macrophages, do inglês). Observamos também que eles são importantes na defesa contra alguns tipos de bactérias. Se tem bactéria circulando no sangue, eles fagocitam rapidamente”.

Os macrófagos são importantes porque auxiliam na regulação do corpo como um todo, além do tecido adiposo. “Estas células estão informando o organismo, apesar de serem do sistema imunológico: elas usam suas características únicas para comunicar ao tecido adiposo o que é que está acontecendo no exterior”, explica o pesquisador, citando como exemplo a liberação de energia acumulada no tecido adiposo, ou juntar mais ou menos gordura nas suas células, coordenando vários setores do metabolismo no tecido adiposo. “Então, a perspectiva futura é encontrar maneiras de intervir com essas populações”, aponta o professor.

Quando ocorre a obesidade induzida por dieta, relata o Dr. Báfica, e a consequente inflamação do tecido, problemas são observados: “Nossa pesquisa conclui que, durante a obesidade induzida por dieta, essas células têm um defeito na fagocitose de constituintes que estão na circulação; ficam completamente desreguladas”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFSC.

Fonte: Caetano Machado, UFSC. Imagem: NIAID, Wikimedia Commons.

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