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O que é considerado constipação no lactente e como abordar?

A causa mais frequente de constipação no lactente é funcional e, geralmente é precedida pela troca da alimentação com leite materno exclusivo por fórmulas ou início de alimentos sólidos.

Pixabay

Fonte

Telessaúde-RS, UFRGS

Data

segunda-feira, 14 maio 2018 10:40

Áreas

Nutrição Materno Infantil

Constipação é definida como dificuldade para evacuar ou a evacuação de fezes duras, de largo calibre e/ou ressecadas, que necessitam muito esforço, com frequência evacuatória de duas ou menos vezes por semana e/ou associação à dor. Quando os sintomas estão presentes por menos de quatro semanas é tida como constipação aguda e além deste período como crônica.

A causa mais frequente de constipação no lactente é funcional e, geralmente é precedida pela troca da alimentação com leite materno exclusivo por fórmulas ou início de alimentos sólidos.

A constipação funcional pode ser diferenciada da constipação orgânica com base na história e no exame físico. Quanto mais jovem a criança, maior a chance de existir causa orgânica ou anatômica para a constipação.

Deve-se avaliar na história clínica:

  • início e duração dos sintomas;
  • frequência das evacuações;
  • consistência e formato das fezes;
  • presença de sangue e impressão de dor ao evacuar.

O exame físico do lactente com queixa de constipação deve ser minucioso, compreendendo:

  • exame do pescoço (palpação da tireoide);
  • abdome (palpação de massas);
  • avaliação do dorso (alterações em região sacral);
  • exame neuromuscular completo;
  • exame retal (realizado com o dedo mínimo para avaliação do tônus, reflexos e presença de fezes em ampola retal).

Os sinais e sintomas que devem alertar para a possibilidade de constipação orgânica são:

  • história de constipação presente desde o nascimento;
  • fezes em fitas;
  • atraso de crescimento, perda ou dificuldade no ganho de peso;
  • incontinência urinária;
  • déficits neurológicos;
  • anomalias congênitas;
  • história familiar de doença de Hirschsprung.
  • Alterações como bradicardia, crescimento inadequado e fontanelas abertas podem sugerir hipotireoidismo, necessitando de avaliação laboratorial com TSH e T4 livre.
  • Crianças com atraso na eliminação do mecônio, distensão abdominal, constipação progressiva desde o nascimento e alterações no toque retal (ausência de fezes na ampola, esfíncter anal hipertônico, eliminação explosiva de gás e fezes ao toque retal) devem ser investigadas para Doença de Hirschsprung com realização de um RX enema opaco.
  • A fibrose cística pode se apresentar com constipação e deve ser suspeitada em crianças com rash cutâneo ou história de infecções respiratórias de repetição. Seu diagnóstico é feito através da realização do teste do suor.

Nenhum teste radiológico ou laboratorial é necessário em crianças com ganho de peso adequado e sem sinais de alerta.

Casos leves a moderados, sem sinais de obstrução fecal podem ser manejados com alterações na dieta:

  • Lactentes que ainda não iniciaram a alimentação com sólidos: podem ser tratados com adição de carboidratos osmoticamente ativos, como sucos que contenham sorbitol (maçã, ameixa ou pera) – na quantidade de 50 à 100 g de suco puro ao dia como dose inicial.
  • Lactentes em alimentação com sólidos: o manejo pode ser feito com a oferta de 5 g por dia de fibras alimentares, através de purê de legumes, frutas e cereais (a maioria dos vegetais e frutas fornecem aproximadamente 1 g de fibra por porção, mas maçãs e ameixas podem ofertar até 2 g). Cereal infantil de arroz fornece uma quantidade insignificante de fibra, enquanto o trigo integral e cereais multigrãos fornecem 1 a 2 g por porção.

Acesse a matéria completa na página do Telessaúde RS da UFRGS.

Fonte: Telessaúde RS, UFRS. Imagem: Pixabay.

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