Notícia

O plástico está nos deixando obesos?

Pesquisas mostram que a exposição a produtos químicos encontrados em plásticos, conservantes, pesticidas,  podem contribuir para os distúrbios metabólicos – incluindo a obesidade

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Fonte

UC | Universidade da Califórnia

Data

sábado, 25 agosto 2018 14:30

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição Coletividades

Atualmente, quase 40% dos adultos dos EUA e 21% dos jovens são obesos.

Essa tendência está em alta e a população mundial está se tornando mais obesa – o que está aumentando o risco de outras condições como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares cuja prevalência dobrou globalmente nos últimos 30 anos. Mas você pode se surpreender ao saber que não é apenas a comida que está nos deixando obesos.

Experimentos usando modelos animais mostraram que a exposição a produtos químicos usados ​​na indústria e encontrados em plásticos, conservantes, pesticidas e retardadores de chamas, para citar apenas alguns, podem contribuir de maneira importante para o crescente número de distúrbios metabólicos – incluindo a obesidade. Uma das pesquisas neste sentido tem sido desenvolvida no Laboratório de Biologia Celular e do Desenvolvimento da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos e liderada pelo Dr. Bruce Blumberg e pela Dra. Raquel Chamorro-Garcia.

Um dos objetivos dessa pesquisa é identificar substâncias químicas ambientais que possam contribuir para essas taxas aumentadas de doenças metabólicas e decifrar os mecanismos pelos quais elas agem. Essa linha de trabalho começou com a descoberta inesperada de que uma substância química (tributil-estanho ou TBT) que os pesquisadores estavam estudando por outras razões e que poderia ativar um receptor hormonal ligado ao desenvolvimento da gordura. O TBT poderia tornar os camundongos expostos durante a vida pré-natal mais obesos e esse traço poderia ser transmitido às gerações futuras. O estudo recente concluiu que o dibutil-estanho, um químico usado na fabricação do PVC, altera o metabolismo da glicose e aumenta o armazenamento de gordura em camundongos.

Obesidade e diabetes tipo 2

Em indivíduos saudáveis, o pâncreas secreta insulina na corrente sanguínea de um modo regulado, secretando quantidades maiores quando os níveis de açúcar no sangue aumentam. A insulina estimula os tecidos a absorver a glicose do sangue e armazená-la. Se o pâncreas secreta insulina, mas os tecidos não são capazes de detectá-la, os níveis de glicose podem permanecer elevados, o que se chama “resistência à insulina”.

À medida que um indivíduo tem excesso de peso, há um aumento de ácidos graxos livres na corrente sanguínea, o que pode contribuir para reduzir a sensibilidade à insulina nos tecidos, levando ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Nos estágios iniciais, quando os níveis de açúcar estão acima do normal, mas não muito altos, o indivíduo é considerado pré-diabético. Nessa fase, os pré-diabéticos podem fazer mudanças no estilo de vida – perder peso e realizar atividade física – para diminuir os níveis de glicose e reduzir o risco de desenvolver diabetes.

No entanto, há evidências em roedores mostrando que a exposição a certos produtos químicos dificulta a mobilização de gordura durante os períodos de jejum e quando os animais são expostos a uma dieta com baixo teor de gordura, perder peso pode ser mais difícil do que reduzir calorias.

Produtos químicos em plásticos associados à obesidade

A explicação mais comum para a obesidade é a alimentação com excesso de calorias e o sedentarismo. No entanto, nos últimos 10 anos, um subgrupo de substâncias químicas desreguladoras do sistema endócrino (EDCs), chamadas de obesogênicos, mostrou causar obesidade em animais e estava associado a uma maior massa de gordura nos humanos. As EDCs são substâncias químicas que interferem na ação dos hormônios naturais presentes nos organismos vivos. Os hormônios são secretados pelas glândulas endócrinas, como o pâncreas e a tireoide, que regulam funções biológicas críticas no corpo, incluindo a reprodução e o metabolismo da glicose. Portanto, alterar os níveis ou ações hormonais pode contribuir para a doença.

Os obesogênicos agem de forma inapropriada, estimulando o armazenamento de gordura no organismo, alterando a biologia do tecido adiposo, o balanço energético e ou a regulação das necessidades metabólicas.

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia (em inglês).

Fonte: Bruce Blumberg and Raquel Chamorro-Garcia, Universidade da Califórnia em Irvine. Imagem: Freepik

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