Notícia

Novo equipamento pode reduzir pela metade perdas agrícolas e diminuir custos de produção no campo

Invento promete não apenas reduzir pela metade as perdas agrícolas como diminuir os custos da produção, otimizar o processo e melhorar as condições de salubridade dos trabalhadores da colheita

Freepik

Fonte

UFC | Universidade Federal do Ceará

Data

terça-feira, 22 junho 2021 06:20

Áreas

Agricultura. Agronomia. Biotecnologia. Ciências Agrárias

Cerca de 40% dos frutos e hortaliças produzidos no Brasil são perdidos da fase de pós-colheita até a mesa do consumidor, conforme estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para lidar com esse problema, um invento desenvolvido na Universidade Federal do Ceará (UFC) promete não apenas reduzir pela metade essas perdas como diminuir os custos da produção, otimizar o processo e melhorar as condições de salubridade dos trabalhadores da colheita. A invenção acaba de garantir a propriedade intelectual, tornando-se a 10ª carta patente certificada para a UFC.

Trata-se de um auxílio mecânico semirrobótico para colheita de frutas e frutos em ramas rasteiras. A máquina se propõe facilitar a fase de recolhimento de frutos de plantas que crescem se arrastando sobre o solo, como melão, melancia, morango e abóbora. O equipamento é uma espécie de veículo, controlado por um operador em cabine, que percorre as vias de plantação.

A máquina possui assentos para colhedores ao longo de seu eixo, o qual dispõe de esteiras transportadoras e um braço robótico para transporte e alocação dos produtos em uma carroceria de caminhão.

Hoje, a colheita de frutos rasteiros é realizada, em sua maioria, de forma manual ou semimecanizada. O invento da UFC é o primeiro equipamento semirrobótico para a atividade, informa o professor Dr. Daniel Albiero, que desenvolveu a máquina quando era docente do Departamento de Engenharia Agrícola, do Centro de Ciências Agrárias da UFC. “O uso de sistemas robóticos torna a máquina mais rápida, mais barata e mais segura do que todos os outros sistemas”, assevera o pesquisador, que atualmente é vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Um dos diferenciais do invento é o fato de ele demandar pouca ação humana. Hoje, para se colher um hectare de melão com auxílios mecânicos, explica o professor, são necessários mais de 20 trabalhadores, num período máximo de seis horas diárias por pessoa. Sem auxílios mecânicos podem ser necessárias quase 80 pessoas. Com a invenção, são demandadas, no máximo, 5 pessoas em período de até oito horas.

“Hoje em dia, existe grande dificuldade para se encontrar mão de obra manual para realizar essa operação”, analisa o Dr. Albiero. Ele explica que isso ocorre por conta dos baixos salários pagos pela atividade. Além disso, os colhedores trabalham em condições insalubres, em virtude dos riscos ergonômicos ocasionados por sua posição na retirada do fruto. “Com nossa máquina, o operador fica sentado em um assento ergonomicamente adequado e confortável, o que diminui muito os possíveis danos à coluna espinhal”, explica.

Mesmo pagando salários baixos, a etapa de colheita representa de 30% a 50% do custo da produção agrícola. O Dr. Albiero garante que a máquina concebida, em virtude de seu uso intensivo de tecnologias digitais e robóticas, é capaz de diminuir as despesas dessa fase para 15% do custo total da produção. Além disso, ela pode gerar uma economia de até 50% no tempo de colheita.

A colheita é a última operação agrícola realizada em campo. Nela, os produtores buscam retirar os frutos em tempo adequado, de forma a haver a mínima perda quantitativa, com o maior nível de qualidade possível. A falta de pessoal habilitado, o uso de práticas inadequadas de produção e o desconhecimento de técnicas adequadas de manuseio pós-colheita, conforme pesquisas da Embrapa, são as principais razões para as elevadas perdas na qualidade dos frutos.

Com a maior automatização do processo, garantindo também transporte e armazenamento mais adequados dos frutos, o professor estima que possa haver uma queda de mais de 50% nas perdas causadas por danos aos alimentos.

Mercado

O professor informa que a invenção se originou de solicitação de uma grande produtora de melões do Ceará, mas a máquina existe, no momento, somente em protótipo digital. Os testes foram feitos em simulações computacionais avançadas. Em virtude da crise econômica, a empresa não pôde investir na construção do equipamento. “A princípio, nos idos de 2016, a estimativa de valor da máquina era de R$ 700 mil”, informa o Dr. Albiero.

A demanda para a máquina, contudo, é grande, garante o inventor. “O mercado nacional e internacional é imenso. Somente no Nordeste brasileiro, temos mais de 20 mil hectares de melão (70% da produção nacional); na China, temos mais de 400 mil hectares, somente melão, sem considerarmos melancia, abobrinha e outras frutas de ramas”, projeta o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página da UFC.

Fonte: Sérgio de Sousa, UFC.  Imagem: Freepik.

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