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Novas descobertas indicam como o chá verde traz benefícios à saúde

Segundo o pesquisador, os polifenóis do chá verde, ou catequinas, não são de fato antioxidantes, mas pró-oxidantes que melhoram a capacidade do organismo de se defender

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Fonte

ETH Zurique |  Instituto Federal de Tecnologia de Zurique

Data

quarta-feira, 27 outubro 2021 20:35

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos . Fitoterapia. Nutrição Clínica. Nutrição Funcional

O chá verde é conhecido por promover benefícios para a saúde. Em particular, contém catequinas chamadas ECG e EGCG, que prolongam a vida. Essas duas substâncias pertencem ao grupo dos polifenóis: considerados antioxidantes, neutralizam ou previnem o estresse oxidativo no corpo causado por radicais livres agressivos.

Até agora, as pesquisas assumiam que as catequinas neutralizam esses radicais livres e, assim, evitam danos às células ou ao DNA. Uma fonte de radicais livres de oxigênio é o metabolismo; por exemplo, quando as mitocôndrias – as usinas de força da célula – estão trabalhando para produzir energia.

Pesquisadores liderados pelo Dr. Michael Ristow, professor de Metabolismo Energético do Departamento de Ciências da Saúde e Tecnologia do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique), na Suíça, juntamente com colegas da Universidade de Jena, na Alemanha, examinaram com mais atenção como as catequinas agem no verme nematoide C. elegans.  Eles chegaram a uma conclusão diferente e aparentemente paradoxal: em vez de suprimir o estresse oxidativo, as catequinas do chá verde o promovem.

Aumento temporário do estresse oxidativo

No estudo, publicado na revista científica Aging, a equipe do Dr. Ristow mostrou que os polifenóis do chá verde inicialmente aumentam o estresse oxidativo em curto prazo, mas que isso tem o efeito subsequente de aumentar as capacidades defensivas das células e do organismo. Como resultado, as catequinas no chá verde levaram a uma vida mais longa e maior aptidão para os nematoides que foram alimentados.

“Isso significa que os polifenóis do chá verde, ou catequinas, não são de fato antioxidantes, mas pró-oxidantes que melhoram a capacidade do organismo de se defender, semelhante a uma vacinação”, explicou o Dr. Ristow.

No entanto, esse aumento na capacidade defensiva se manifesta não pelo sistema imunológico, mas pela ativação de genes que produzem certas enzimas, como a superóxido dismutase (SOD) e a catalase (CTL). São essas enzimas que inativam os radicais livres no nematoide: elas são essencialmente antioxidantes endógenos.

Esporte e redução de calorias têm um efeito semelhante

O Dr. Ristow não ficou surpreso ao ver esse tipo de mecanismo em funcionamento. Seu grupo de pesquisa mostrou em 2009 que a razão pela qual o esporte promove a saúde é porque as atividades esportivas aumentam o estresse oxidativo em curto prazo, melhorando assim as defesas do corpo. Consumir menos calorias tem o mesmo efeito, como foi demonstrado várias vezes em animais. Camundongos alimentados com uma dieta hipocalórica vivem mais do que aqueles alimentados com uma dieta normal e rica em calorias. “Portanto, fazia sentido para mim que as catequinas no chá verde funcionassem de maneira semelhante”, explicou o Dr. Ristow.

O pesquisador continua dizendo que as descobertas deste estudo se traduzem bem para os humanos. Os processos bioquímicos básicos pelos quais os organismos neutralizam os radicais livres de oxigênio são conservados na história evolutiva e estão presentes em tudo, desde leveduras unicelulares até humanos.

Chá verde sim, concentrado não

O próprio Dr. Ristow bebe chá verde todos os dias, uma prática que ele recomenda. Mas ele desaconselha a ingestão de extratos ou concentrados de chá verde. “Em uma determinada concentração, ele se torna tóxico”, disse o pesquisador. As catequinas em doses elevadas inibem as mitocôndrias a tal ponto que ocorre a morte celular, o que pode ser particularmente perigoso para o fígado. Qualquer pessoa que consuma esses polifenóis em doses excessivas corre o risco de danificar seus órgãos.

Embora a maioria das catequinas seja encontrada nas variedades japonesas de chá verde, outros chás verdes também contêm quantidades suficientes desses polifenóis. Chá preto, por outro lado, contém um nível muito mais baixo de catequinas, uma vez que estas são amplamente destruídas pelo processo de fermentação. “É por isso que o chá verde é preferível ao chá preto”, disse o Dr. Ristow.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (em inglês).

Fonte: Peter Rüegg, ETH Zurique. Imagem: Freepik.

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