Notícia

Mulheres que amamentam devem fazer alguma restrição alimentar?

A alimentação da mulher que amamenta deve ser baseada em uma dieta saudável e equilibrada

Freepik

Fonte

Telessaúde-Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

sábado, 8 setembro 2018 11:00

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno infantil. Saúde Pública

Mulheres que amamentam não precisam fazer nenhum tipo de restrição alimentar. Não há evidência de que os alimentos interferiam na amamentação. Também não se recomenda restrição de leite, ovos ou amendoim, pois não há evidência que evitar esses alimentos diminua o risco de dermatite atópica na criança. A alimentação da mulher que amamenta deve ser baseada em uma dieta saudável e equilibrada. No entanto, caso ocorra algum efeito no lactente associado a certos componentes da dieta, pode-se indicar a prova terapêutica:

  • Retirar o alimento da dieta por algum tempo e reintroduzi-lo, observando atentamente a reação da criança. Caso os sinais e/ou sintomas da criança melhorarem com a retirada do alimento e piorem com a sua reintrodução, ele deve ser evitado.

Recomendações que fazem parte de uma alimentação adequada durante a lactação:

  • Não realizar dietas restritivas enquanto o aleitamento materno não estiver bem estabelecido e não ingerir medicamentos para a perda de peso: para a produção de leite materno é necessário evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500 g por semana). Após o aleitamento bem estabelecido, as mulheres com obesidade que desejarem emagrecer podem realizar uma diminuição de 500 kcal/dia na sua dieta habitual, além de exercícios físicos aeróbicos, para promover a perda de peso, (até 500 g por semana).
  • Não ingerir líquidos em excesso: as mulheres que amamentam devem ser encorajadas a ingerir líquidos em quantidades necessárias para saciar a sua sede. No entanto, líquidos em excesso devem ser evitados, pois não aumentam a produção de leite, podendo até diminuí-la.
  • Não consumir peixes ricos em mercúrio: o consumo elevado de mercúrio pode representar risco ao desenvolvimento neurológico do bebê. Peixes ricos em mercúrio são os predadores, como peixe espada e cavala. Peixes com índices menores de mercúrio, podem ser consumidos 2 vezes por semana: anchova, bacalhau, pescada, arenque, salmão, sardinha, tilápia, truta, atum, peixe branco.
  • Limitar o consumo de café e outros produtos cafeinados: é razoável limitar a ingestão até no máximo 300 mg de cafeína por dia (cerca de 3 xícaras de café). Com consumos acima dessa quantidade, algumas crianças podem apresentar irritação ou ter dificuldade para dormir.
  • Evitar o consumo de álcool: a ingestão de 0,3 g/kg de álcool, conteúdo presente em uma lata de cerveja, pode reduzir em até 23% a ingestão de leite pela criança. Há relatos de alteração do odor e do sabor do leite materno após uso de bebidas alcoólicas, podendo levar à recusa do leite pela criança. Quando não for possível evitar o consumo, a lactante deve ser orientada que a cada drink consumido, a amamentação deve ser interrompida por duas horas. Um drink corresponde a 340 mL de cerveja, 141,7 mL de vinho, 42,5 mL de bebidas destiladas.

 

Acesse a notícia completa na página da TelessaúdeRS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fonte: Gabriela Monteiro Grendene (Nutricionista), Laura Ferraz dos Santos (Enfermeira), Elise Botteselle de Oliveira (Responsável Regulação e Teleconsultoria e Médica de Família e Comunidade), Taiane Sawada de Souza ( Médica Dermatologista). Imagem: Freepik

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