Notícia
Mudar para dieta ‘planted-based’ afeta a ingestão de nutrientes
Estudo demonstrou que a substituição parcial de fontes de proteína animal na dieta por fontes de proteína vegetal resultou em aumento na ingestão de folato e ferro, mas diminuição na ingestão de vitamina B12 e iodo
À luz de estudos recentes, e por razões relacionadas ao clima em particular, os finlandeses devem fazer a transição para uma dieta mais sustentável e baseada em vegetais. Isso significaria reduzir o consumo de produtos alimentícios derivados de animais, principalmente carne vermelha e carne processada. Tal mudança também traria benefícios à saúde, incluindo melhorias na qualidade da gordura na dieta e, consequentemente, melhores níveis de lipídios no sangue.
“Em termos de ingestão de nutrientes, a transição pode ser feita de maneira razoavelmente segura, mas quanto mais baseada em vegetais for a nova dieta, mais mudanças haverá na ingestão de nutrientes”, disse a pesquisadora Dra. Tiina Pellinen, da Faculdade de Agricultura e Florestal, Universidade de Helsinque, na Finlândia.
Na primavera de 2017, um estudo foi realizado na Universidade de Helsinque envolvendo 136 voluntários adultos saudáveis que seguiram uma das três dietas do estudo por 12 semanas. Uma das dietas dependia fortemente de proteínas animais, correspondendo à dieta dos finlandeses médios. Nas outras duas dietas, partes variadas de fontes de proteína animal, incluindo carne vermelha, aves e laticínios, foram substituídas por uma variedade de fontes contendo proteínas vegetais, como legumes, nozes, sementes e produtos de cereais.
A substituição de fontes de proteína de origem animal por opções à base de plantas também altera a ingestão de vitaminas e minerais
No caso da vitamina B12 e do iodo, os resultados do estudo vão ao encontro de pesquisas anteriores – sua ingestão diminuiu nas dietas baseadas principalmente em proteínas de origem vegetal. Em contraste, os sujeitos do estudo ganharam mais ferro e folato na dieta mais rica em proteínas vegetais em comparação com a dieta baseada em fontes de proteína animal.
No entanto, não foram observadas diferenças entre as dietas nos biomarcadores que indicam o estado de ferro do corpo ou a concentração de folato. Em outras palavras, o status de ferro não piorou, o que pode ser devido à presença de um número suficiente de fatores que promovem a absorção de ferro, incluindo vitamina C, nas dietas mais baseadas em vegetais.
Ao mesmo tempo, quanto mais as fontes de proteína animal foram substituídas por fontes de proteína vegetal, mais a ingestão de vitamina B12 diminuiu. A concentração de vitamina B12 ativa no sangue foi significativamente menor no grupo de dieta mais à base de plantas em comparação ao grupo que seguiu a dieta à base de fontes de proteína animal.
A ingestão de iodo dos alimentos e a concentração de iodo na urina diminuíram em ambas as dietas à base de plantas igualmente em comparação com a dieta à base de animais.
“Ao mudar para uma dieta mais baseada em vegetais, é importante garantir a ingestão suficiente de vitamina B12 e iodo. Hoje, o iodo e a vitamina B12 foram adicionados à maioria dos produtos à base de plantas projetados para substituir o leite. Se tivéssemos usado produtos suplementados também neste estudo, poderíamos ter obtido resultados diferentes em relação a esses nutrientes”, ponderou a Dra. Pellinen.
Ao substituir os produtos lácteos na dieta, os produtos à base de plantas suplementados com vitamina B12 e iodo devem ser favorecidos. As diretrizes de nutrição nórdica recomendam considerar o uso de suplementos de vitamina B12 ao observar uma dieta vegetariana, enquanto os suplementos de iodo são recomendados durante a gravidez e a amamentação se a ingestão de iodo dos alimentos for limitada.
“No futuro, é importante avaliar quais métodos de suplementação e substituição podem ser usados para garantir a ingestão suficiente de vitamina B12 e iodo em dietas à base de plantas, onde a quantidade de matérias-primas derivadas de animais varia”, observou a Dra. Pellnen.
O artigo foi publicado na revista científica European Journal of Nutrition.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).
Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: Pixabay.
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