Notícia
Misturar energético com álcool compromete o coração
O consumo de energético com bebida alcoólica aumenta os riscos para o coração. Isso causa uma espécie de curto-circuito no cérebro e faz o coração bater fora do ritmo.
Pixabay
Fonte
Hospital Sírio-Libanês
Data
domingo, 4 fevereiro 2018 14:25
Áreas
Nutrição Clínica. Saúde Pública
Uma preocupação dos médicos é com uma perigosa mistura que virou moda entre os jovens. O consumo de energético com bebida alcoólica aumenta os riscos para o coração. Isso causa uma espécie de curto-circuito no cérebro e faz o coração bater fora do ritmo. E a procura por atendimento de pacientes com sintomas causados pela combinação é maior em dias de festa, como no carnaval.
A preparação para a balada começa cedo, nos bares perto das universidades, e segue pela noite. “Tem bastante energético. Manter a galera bem elétrica e bem no ritmo”, conta um estudante. É normal para eles misturar os destilados com energéticos, que funcionam como uma espécie de combustível. O problema é que alguns enchem demais “o tanque”.
Letícia socorreu a Aline, no dia que ela teve que chamar a ambulância. “O paramédico disse: “Calma que você está quase morrendo, seu coração está muito, muito acelerado. E ela ficou desesperada, a gente ficou muito assustada”, conta a estudante Aline Vieira.
O que muitos jovens chamam de susto os médicos classificam como risco real à saúde. Cardiologistas dizem que tem crescido o número de pessoas que procuram hospitais e clínicas passando mal depois de tomar grande quantidade de energético, quase sempre misturado com álcool.
“A quantidade de jovens que procura os prontos-socorros nas sextas, principalmente, e no sábado, por uso exagerado de energético com álcool é muito grande. Com crise de taquicardia, de angina do peito, com dores no peito, e casos que pode suspeitar até início de infarto”, afirma o diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Dr Nabil Ghorayeb.
Os energéticos têm taurina e cafeína, que são estimulantes. Uma lata equivale a três xícaras de café. O recorde da Mariana Silveira foram cinco latinhas. “Eu fiquei muito assustada, minha mãe também ficou muito assustada, porque no outro dia eu tremia muito. Depois, hoje em dia eu praticamente não bebo, só quando eu realmente estou muito cansada e preciso fazer alguma atividade, sem ser balada, eu tomo um energético, mas nada que ultrapasse uma unidade”, conta.
Risco de intoxicação
“A cafeína e a taurina, estimulantes presentes nos energéticos, disfarçam os efeitos do álcool, ou seja, ocultam a sensação depressiva do álcool. Esse efeito aumenta o risco de intoxicação e inclusive de morte por excesso de álcool, já que a pessoa não tem noção do quanto já bebeu”, alerta o Dr Arthur Guerra de Andrade, coordenador do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês presidente executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, além de psiquiatra e especialista em dependência química.
Para se ter uma ideia, uma lata de 250 ml de energético contém 80 mg de cafeína, quase três vezes mais que uma lata de coca-cola e o equivalente a uma caneca de café. Dados do Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas em 2010 com universitários das 27 capitais brasileiras, mostraram que 74% dos entrevistados relataram já ter consumido bebidas energéticas juntamente com álcool pelo menos uma vez na vida.
O energético é um produto liberado pela Anvisa, mas não deve ser misturado com álcool. Não se deve tomar mais do que duas latas em um dia só, alertam especialistas.
Fonte: Hospital Sírio-Libanês Imagem: Pixabay
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