Notícia

Mil dias de vida: USP acompanha saúde de mães e bebês no Acre

Da concepção aos 24 meses de vida, Faculdade de Saúde Pública segue mães e seus filhos em Cruzeiro do Sul

Cecília Bastos,USP.

Fonte

Jornal da USP | Universidade de São Paulo

Data

sábado, 18 agosto 2018 10:30

Áreas

Educação Nutricional. Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Os primeiros mil dias de vida de uma criança compreendem o intervalo que vai desde a concepção até os 24 meses do bebê (270 dias da gestação + 365 dias do primeiro ano de vida + 365 dias do segundo). Pesquisas indicam esse período como uma “janela de oportunidades” para uma série de intervenções importantes que podem melhorar o perfil de saúde da criança na adolescência e na vida adulta.

É a partir dessa ideia que pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizam o Estudo MINA-Brasil – Saúde e Nutrição Materno-INfantil no Acre desde 2015, na cidade acriana de Cruzeiro do Sul. Este acompanhamento de longo prazo (coorte) de gestantes e seus filhos tem o objetivo de avaliar aspectos da saúde e da nutrição, desde a concepção dos bebês até os dois primeiros anos de vida (mil dias). Atualmente, conta com a participação de cerca de 900 crianças e suas mães.

Em abril de 2018, um grupo de pesquisadoras coordenado pela Profa. Dra.  Marly Augusto Cardoso, do Departamento de Nutrição da FSP, foi até Cruzeiro do Sul e se reuniu com a equipe local para dar andamento a mais uma etapa do projeto: uma nova avaliação das mães e seus filhos, agora na faixa dos 24 meses de idade.

A iniciativa integra o Projeto Temático Estudo MINA – materno-infantil no Acre: coorte de nascimentos da Amazônia Ocidental Brasileira, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Por que avaliar os primeiros mil dias de vida de uma criança?

Há indícios de que exposições adversas tanto na vida intrauterina como após o nascimento possam afetar a saúde tanto da mãe como do bebê ao longo do ciclo da vida e também nas gerações futuras. Isso se dá por meio das chamadas alterações epigenéticas (variações hereditárias que afetam a expressão gênica sem alterar a sequência dos pares de base do DNA). A promoção da nutrição adequada e do crescimento saudável no intervalo crucial desses mil dias parece resultar em efeitos benéficos sobre a saúde das pessoas no decorrer da vida.

Alguns resultados

O projeto poderá auxiliar na reorientação de políticas públicas voltadas para a saúde materno-infantil, a partir da identificação das vulnerabilidades e necessidades da população. Entre os resultados preliminares, estão:

  • Alta prevalência (40%) de anemia entre as parturientes. Uma das causas é a malária gestacional. Cruzeiro do Sul é, atualmente, uma das cidades com maior número de casos da doença no Brasil.

Prevenção da anemia

O uso de sulfato ferroso durante a gravidez e um número de consultas satisfatório no pré-natal poderiam prevenir a ocorrência de anemia gestacional.

  • Baixo aleitamento materno exclusivo (média de um mês). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que até os seis meses de vida a criança seja alimentada exclusivamente com leite materno.

Sobre fórmulas infantis

Entre as causas está a introdução precoce de outros alimentos, principalmente fórmulas infantis. Por mais evoluídas que sejam do ponto de vista tecnológico, elas não conseguem reproduzir uma série de compostos naturalmente presentes no leite materno.

Câncer de mama

O aleitamento materno é uma estratégia de saúde muito importante que deve ser reforçada para potencializar a inteligência e a saúde da criança. Além de ser benéfica para a saúde da mulher: mães que amamentam têm menor risco para desenvolver câncer de mama no futuro.

  • Um outro benefício do Estudo MINA-Brasil é a formação de pesquisadores em Cruzeiro do Sul que podem dar continuidade às pesquisas, além da capacitação de recursos humanos que atuam localmente.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP, para saber mais sobre o projeto.

Fonte: Valéria Dias, Jornal da USP.  Imagem: Cecília Bastos,USP.

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