Notícia
Melhoramento genético e reprodução: a busca pela vaca perfeita
Junto com o aumento do mercado do leite e seus derivados, está também o das tecnologias de reprodução animal
Ana Luísa Vaghetti e Mirna Bazzi, Revista Ciência Nuntiare - UEPG
Fonte
Revista Ciência Nuntiare - UEPG | Universidade Estadual de Ponta Grossa
Data
quarta-feira, 6 junho 2018 16:30
Áreas
Agricultura. Agronegócio. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Ciências Agrárias. Zootecnia
O Brasil é o quarto país que mais produz leite no mundo, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de 2017. É um mercado que cresce, tanto no consumo e quanto na produção. Cada brasileiro toma em média 170 litros de leite por ano, abaixo do recomendado pela ONU. Nas recomendações para o consumo de leite, como o da Organização Mundial da Saúde, recomenda, por pessoa, 200 litros ao ano. Apesar disso, a produção de leite é alta. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o crescimento no Brasil em 2018 seja de 1,8%.
É possível encontrar produção leiteira para comércio em todas regiões do país. O Paraná é o terceiro estado que mais produz leite, segundo dados do IBGE de 2017. As cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, da região dos Campos Gerais, formam a quinta maior produção de laticínios do Brasil, segundo dados do Embrapa.
Junto com o aumento do mercado do leite e seus derivados, está também o das tecnologias de reprodução animal, que cresce conforme a demanda de melhoramento de raças para produções específicas, como leite e corte. A região dos Campos Gerais possui um campo especializado em produção de sêmen e reprodução animal, através do comércio de sêmen pelas empresas Alta Brasil, Lagoa da Serra, CRI Genética e ABS Pecplan. O mercado de laticínios busca o incentivo de fertilização de animais específicos para cada padrão de consumo: para o leite são prioridades as vacas de raça – como as vacas holandesas, que geram grande produção – e para a carne de corte, os bois de alto porte e ganho de massa corporal, como a raça Purunã sobre a qual a reportagem explicará mais à frente.
Biotecnologias empregadas para a reprodução na bovinocultura de leite
Cada tipo de técnica de reprodução animal possui suas vantagens, desvantagens e custos. São os casos da monta natural, monta natural controlada, inseminação artificial e fertilização in vitro. As professoras do curso de Zootecnia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Dra. Luciana Leal e a Dra. Verônica Vianna afirmam que a reprodução animal tem técnicas a campo para aumento reprodutivo do animal, sempre pensando na saúde do animal.
Deve-se usar sempre animais do mesmo porte, raças semelhantes e sêmens compatíveis, para que não haja problemas durante o parto.
Segundo a Dra. Leal, quem faz a inseminação a campo são os próprios funcionários da fazenda, que são treinados e recebem um curso de uma semana para realizar a técnica na propriedade. São importantes, durante o processo, os cuidados com higiene da fêmea, manipulação do botijão de nitrogênio líquido e do sêmen congelado.
Outra técnica utilizada é a da fertilização in vitro (FIV), realizada somente em laboratórios. A Cescage Genética, laboratório de Ponta Grossa, realiza esse tipo de serviço na região.
A instituição faz parcerias com pequenos e grandes produtores, com o objetivo de pegar as melhores raças doadoras de embriões para melhorar a genética dos rebanhos. Nesse processo, é necessário ter vacas receptoras que devem funcionar como barrigas de aluguel desses embriões, podendo ser de uma raça considerada mais inferior. “Coletamos o óvulo, é feita a maturação no laboratório e no outro dia a fertilização com o touro que o produtor quiser”, explica a técnica em laboratório da Cescage, Pamela Vieira da Rosa.
Na produção de leite, o comum é realizar a Fertilização in vitro (FIV) em vacas de raça holandesa e jersey. Pamela explica que na produção leiteira há uma dificuldade maior na parte de reprodução, porque a vaca produz muito leite e não sobra tanta energia para a reprodução da raça. As técnicas da FIV possuem um custo superior em relação às demais, contudo, é a mais indicado para aqueles que não querem desgastar suas vacas.
“A inseminação artificial dá um bezerro/vaca por ano, com a superovulação e transferência de embriões, essa vaca consegue dar um bezerro ao mês, já com a técnica da FIV, essa doadora passa a dar um bezerro/vaca por semana.”
Por isso, a biotecnologia é usada em sua maioria por grandes produtores que possuem condições financeiras para o melhoramento da genética de seu rebanho. “Não há nada negativo na FIV, o intuito é aumentar a produção, uma maneira inteligente do produtor melhorar a genética do seu rebanho pegando o melhor de cada espécie e reproduzir dentro de suas propriedades”, ressalta Pamela.
Acesse a notícia completa na página da Revista Ciência Nuntiare – UEPG.
Fonte: Ana Luísa Vaghetti e Jaqueline Andriolli, Revista Ciência Nuntiare – UEPG. Imagem: Ana Luísa Vaghetti e Mirna Bazzi, Revista Ciência Nuntiare – UEPG.
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