Notícia
Máscara para proteger doentes com dificuldades de deglutição chega ao mercado
A nova máscara pode ser utilizada em diferentes situações, como nos casos de doentes que apresentam disfagia ou alterações da motricidade oral após um acidente vascular cerebral
Divulgação, Universidade do Porto
Fonte
Universidade do Porto
Data
quarta-feira, 6 abril 2022 17:50
Áreas
Biotecnologia. Nutrição Clínica. Saúde Pública
No ano passado, uma equipe de pesquisadores das Faculdades de Medicina (FMUP) e Engenharia (FEUP) da Universidade do Porto, em colaboração com o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, criou e apresentou o protótipo de uma máscara protetora destinada a doentes que sofrem de disfagia, uma condição incapacitante que provoca dificuldades nos momentos da deglutição. Um ano depois, a inovação dos cientistas portugueses está pronta para entrar no mercado, pela mão da Simoldes – uma empresa multinacional portuguesa que produz componentes de plástico para a área automóvel.
A nova máscara tem como intuito servir como equipamento de proteção individual em diferentes situações, como nos casos de doentes que apresentam disfagia ou alterações da motricidade oral após a ocorrência de um acidente vascular cerebral, entre outras patologias. Desta forma, “é um equipamento particularmente útil para hospitais e casas de idosos, sobretudo nos casos de população idosa que esteja institucionalizada ou internada e que, durante o período das refeições, possa ingerir os seus alimentos tendo a máscara colocada”, explicou o Dr. José Manuel Amarante, pesquisador do Laboratório de Biomecânica do Porto (LABIOMEP), professor da FMUP e um dos criadores desta solução.
A máscara, desenhada para dar solução a esses casos, encontra-se “dividida em dois componentes, um superior fixo na testa e um inferior amovível que permite o acesso à cavidade oral do paciente sem remover a máscara. Possui ainda a possibilidade de ser ligada a um sistema de aspiração”, explicou outro dos inventores – Dr. Joaquim Gabriel Mendes, pesquisador do INEGI e professor da FEUP.
“Colaboração entre a academia e a indústria é fundamental”
De acordo com Rui Paulo Rodrigues, CEO da Simoldes, a empresa juntou uma equipe de cinco engenheiros, do seu gabinete de Inovação, para desenvolverem o protótipo inicialmente elaborado, aprimorando o seu design e funcionalidade. Sendo um dos líderes na produção e fornecimento de componentes plásticos para a indústria automóvel, a Simoldes dedicou-se a este projeto na área da Saúde sobretudo numa lógica de responsabilidade social.
“A colaboração entre a academia e a indústria é fundamental para permitir que as novas ideias cheguem ao mercado e possam ser úteis à sociedade. Este é um bom exemplo do que é possível fazer para apoiar os profissionais de saúde, fortemente sacrificados durante este período de pandemia”, explicou o empresário.
O Dr. Miguel Pais Clemente, professor da FMUP refere que “há um conjunto de docentes/pesquisadores e parceiros (Simoldes) envolvidos que realmente não baixaram os braços e quiseram estudar a problemática associada ao COVID-19 em termos de equipamento de proteção individual, tendo trabalhado no sentido de apresentarem uma solução que foi alvo de uma patente.”
Apesar desta invenção ter resultado do “engenho” que foi “aguçado” para contornar os constrangimentos criados pela pandemia por Covid-19, o surgimento, em 2022, de novas variantes de Covid, os recentes surtos de gripe A e o surgimento tardio da gripe sazonal colocam em evidência a necessidade de dispor de equipamentos que confiram proteção contra doenças infecciosas respiratórias, tanto aos doentes como aos profissionais de saúde e cuidadores.
“E se olharmos um pouco para trás e tivermos em conta que, em 2002, tivemos o SARS-CoV-1, em 2012, o MERS-CoV e, em 2019, o SARS-CoV- 2, percebemos que estamos a dar resposta a um problema que nos vai acompanhar no futuro”, conclui a Dra. Catarina Aguiar Branco, fisiatra do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga e docente da Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto (FMDUP), que integrou a equipe de pesquisadores desde o início, participando nos testes, monitorização e validação deste dispositivo.
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Cláudia Azevedo – CINTESIS, Olga Magalhães– FMUP e Raquel Pires – FEUP. Imagem: Divulgação, Universidade do Porto.
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