Notícia
Maracujá-alho mostra resultados promissores para controlar tremores do mal de Parkinson
O experimento demonstrou que o maracujá-alho expressou efeito funcional promissor como agente ansiolítico, hipnótico-sedativo, anticonvulsivante e antitremor, possivelmente relacionados com os compostos fenólicos presentes
Fabiano Bastos, Embrapa
Fonte
Embrapa | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Data
quinta-feira, 17 setembro 2020 15:05
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Nutrição Clínica. Nutrição Funcional
Estudo desenvolvido pela Embrapa, Universidade de Fortaleza (Unifor) e Universidade Federal do Ceará (UFC) comprovou efeitos do maracujá-alho (Passiflora tenuifila Kilip) para reduzir tremores similares aos do mal de Parkinson e de outros distúrbios relacionados à coordenação motora e ao sistema nervoso central. Os testes realizados com ratos em laboratório abrem caminho para a produção de alimentos funcionais e fitoterápicos, mas ainda carecem de outros ensaios clínicos que comprovem uma dose segura e eficaz para o uso em humanos.
Os resultados foram publicados recentemente nas revistas científicas Food Research International e no Journal of Functional Foods e contribuem também para a agregação de valor a essa espécie silvestre de maracujá, ainda pouco estudada. Os estudos científicos foram motivados por conhecimentos oriundos do uso popular, no qual o chá da fruta seca é usado para aliviar tremores. O nome “maracujá-alho” nasceu da proximidade de aroma com o bulbo.
A pesquisa é um passo importante para o desenvolvimento de um possível ingrediente para a indústria de alimentos funcionais ou de medicamentos. Segundo o pesquisador Dr. Nedio Jair Wurlitzer, da Embrapa Agroindústria Tropical(CE), o experimento demonstrou que o maracujá-alho não apresenta toxicidade. Além disso, expressou efeito funcional promissor como agente ansiolítico, hipnótico-sedativo, anticonvulsivante e antitremor, possivelmente relacionados com os compostos fenólicos presentes.
“Os impactos potenciais dessa pesquisa se relacionam à oferta de um ingrediente funcional, com ação protetiva ou para controle de sintomas tipo tremor essencial ou parkinsonismo”, revela o Dr. Nedio Wurlitzer. Ele argumenta que o resultado abre novas possibilidades para empresas dos ramos de alimentação e saúde, bem como para produtores agrícolas interessados no cultivo da fruta.
Ciência agrega valor a espécies silvestres de maracujá
O estudo foi um desdobramento de pesquisas realizadas com o objetivo de valorizar espécies silvestres de maracujá. De acordo com a pesquisadora Dra. Ana Maria Costa, da Embrapa Cerrados (DF), embora existam no Brasil mais de 150 espécies de maracujá, a metade delas com frutos comestíveis, o maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims) reina praticamente sozinho no mercado comercial.
Os estudos para valorização de maracujás nativos da biodiversidade brasileira tiveram participação de pesquisadores de todo o País, dentro da rede Passitec, coordenada pela pesquisadora.
Acesse o resumo do artigo científico do Food Research International (em inglês).
Acesse o resumo do artigo científico do Journal of Functional Foods (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Embrapa.
Fonte: Verônica Freire, Embrapa Agroindústria Tropical. Imagem: Fabiano Bastos, Embrapa.
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