Notícia
Leveduras brasileiras são alternativa promissora para a nutrição humana
Pesquisadores estão testando o uso desses microrganismos extraídos do bioma brasileiro para a produção de proteínas e vêm alcançando resultados promissores na busca de alternativas para alimentação humana
Divulgação via UFMG
Fonte
UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais
Data
segunda-feira, 26 agosto 2024 10:40
Áreas
Biotecnologia. Ciencia e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição de Coletividades. Sustentabilidade
Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras), coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estão testando o uso desses microrganismos extraídos do bioma brasileiro para a produção de proteínas e vêm alcançando resultados promissores na busca de alternativas para alimentação humana.
Realizado em colaboração entre os grupos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o resumo Caracterização de leveduras isoladas de ecossistemas brasileiros para produção de Single-Cell Proteins foi selecionado para apresentação oral e premiado no V Simpósio Integrado de Inovação e Tecnologia de Alimentos, alcançando o segundo lugar na classificação geral.
Os pesquisadores fizeram a prospecção e a exploração de leveduras da Coleção de Microrganismos do Centro de Coleções Taxonômicas do ICB, que tem a curadoria do biólogo Dr. Carlos Rosa, coordenador do INCT Leveduras, para produção de suplemento alimentar humano. O trabalho é coordenado pela bioquímica Dra. Monique Eller, professora da UFV.
Alternativa à suplementação
“As proteínas animais são cada vez mais escassas, de difícil distribuição e alto custo. Além disso, vários nichos não compactuam com a produção animal para geração de proteína para nutrição humana. O uso de microrganismos como alternativa a essa suplementação, também como fonte de sais e vitaminas, motivou nosso grupo a explorar leveduras não-Saccharomyces consideradas seguras para consumo”, detalhou a pesquisadora.
Para a Dra. Monique Eller, outro aspecto de destaque da pesquisa foi a tentativa de otimizar as condições de crescimento e processamento das leveduras para meios mais baratos baseados em subprodutos, como o melaço da soja, para obter extratos de suplementos mais nutritivos com menor custo.
O estudo começou no início de 2024 e deve se estender ainda por aproximadamente três anos. De acordo com Jackson Alves, um dos autores, os próximos passos da pesquisa são finalizar as análises e produzir a proteína com base em leveduras selecionadas para posterior aplicação em alimento humano. Apesar de desafios como o relativo ao crescimento da levedura em percentual satisfatório, ele acredita que isso possa acontecer a partir de 2027.
Ambientes controlados
Single-Cell Proteins (SCPs) são proteínas geradas a partir de microrganismos como as leveduras. Cultivadas em ambientes controlados, elas podem ser utilizadas como fonte alternativa de alimento, podendo substituir fontes de proteínas convencionais de alto custo, como a carne. Além de serem ricas em nutrientes essenciais, sua produção tem menos impacto ambiental.
No relatório Perspectivas da População Mundial 2024, as Nações Unidas estimam que a população mundial atingirá 10,3 bilhões em meados da década de 2080. De acordo com o documento, Se mantidas as tendências atuais de consumo, é possível que a demanda global por proteína animal não possa ser atendida apenas com produtos convencionais.
INCT Leveduras
Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o INCT Leveduras reúne pesquisadores de mais de dez regiões do Brasil e tem como principal objetivo gerar conhecimento sobre as leveduras da biodiversidade brasileira para promover inovações biotecnológicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.
Acesse a notícia na página da UFMG.
Fonte: Dayse Lacerda, INCT Leveduras. Imagem: Divulgação via UFMG.
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