Notícia
Laboratório da UFSM oferece serviço de análise de qualidade que agrega valor ao azeite de oliva
Laboratório também realiza análises de compostos fenólicos totais e de composição de compostos fenólicos
Lucas Casali
Fonte
UFSM | Universidade Federal de Santa Maria
Data
sexta-feira, 8 fevereiro 2019 11:40
Áreas
Agronegócio. Ciência e Tecnologia de Alimentos.
O consumo do azeite de oliva é um dos hábitos alimentares que mais têm se difundido no Brasil nos últimos anos, não só pelo sabor que agrega aos alimentos, mas também pelos benefícios que traz à saúde. Impulsionado por isso e pelas condições climáticas favoráveis, o Rio Grande do Sul tornou-se o estado com a maior área plantada de oliveiras no Brasil. Porém, por se tratar de um mercado relativamente novo no país, tanto consumidores quanto produtores ainda encontram dificuldades para se orientar nele. Enquanto estes precisam lutar para produzir o azeite e vendê-lo por um preço competitivo, aqueles se sentem perdidos na tentativa de equacionar preço e qualidade nas gôndolas dos supermercados. Para ajudar na orientação dos dois elos da cadeia produtiva, o Laboratório de Análise de Alimentos (LAA) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está oferecendo desde dezembro de 2018 o serviço de análise da qualidade do azeite de oliva.
O laboratório disponibiliza aos produtores todos os testes físico-químicos exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mas o que o destaca entre todos os laboratórios que prestam esse serviço no Brasil é que o LAA é o único do país a realizar em nível comercial duas análises que, apesar não serem exigidas pelo Mapa, fornecem informações importantes a respeito do valor nutricional do azeite. Trata-se das análises de compostos fenólicos totais e de composição de compostos fenólicos. Esses compostos se destacam pelos benefícios que trazem à saúde, principalmente na redução do risco de doenças cardiovasculares, além de contribuir para o sabor, estabilidade e durabilidade do azeite, por se tratar de substâncias antioxidantes. Entre os fenólicos presentes no azeite, estão o hidroxitirosol, tirosol, oleuropeína, pinoresinol, apigenina e luteolina.
Essas duas análises são importantes também por agregar valor ao produto e para avaliar a adaptação das oliveiras às condições de cultivo do Rio Grande do Sul, identificando os olivais com potencial para a produção de azeites com melhores perfis nutricionais. Os compostos fenólicos estão presentes principalmente no azeite extravirgem. Da mesma forma que todos os outros azeites aprovados para consumo humano, esse tipo pode ser consumido cru – em mistura com saladas, massas, pães, sopas e vários outros pratos – ou usado para cozinhar alimentos. Embora os azeites virgens e extravirgens possam perder algumas de suas propriedades no processo de cozimento (com a oxidação de ácidos graxos e tocoferóis e a degradação de compostos fenólicos), eles são mais saudáveis para essa finalidade do que os óleos de cozinha refinados, como os de soja, por exemplo.
Classificação
O grupo dos azeites virgens divide-se em três tipos: extravirgem, virgem e lampante. De acordo com a instrução normativa Nº 1/2012 do Mapa, esse grupo caracteriza-se por ser um produto “extraído do fruto da oliveira unicamente por processos mecânicos ou outros meios físicos, sob controle de temperatura adequada, mantendo-se a natureza original do produto; o azeite assim obtido pode, ainda, ser submetido aos tratamentos de lavagem, decantação, centrifugação e filtração”. Ou seja, para o azeite ser considerado virgem, ele não pode ser misturado com nenhum outro produto ou substância.
Investimento
A realização, pelo LAA, dos testes de compostos fenólicos no azeite foi possibilitada pelo Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos, promovido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Um projeto elaborado pela professora Dra. Tatiana Emanuelli, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, foi aprovado nesse programa, possibilitando que o laboratório da UFSM investisse cerca de R$ 1 milhão na aquisição de um cromatógrafo líquido acoplado a um espectrômetro de massas.
Acesse a notícia completa na página da UFSM.
Fonte: Lucas Casali, UFSM. Imagem: Lucas Casali.
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