Notícia
Ingestão de fibras associada a menor risco de desenvolver declínio cognitivo em idosos com fator de risco genético ligado a doença de Alzheimer
Estudo incluiu 848 voluntários (56% eram mulheres), com idade média de 74 anos, para estudar a dieta, estado cognitivo e outros parâmetros de saúde a cada três anos, durante quinze anos
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Fonte
Universidade de Barcelona
Data
quarta-feira, 22 março 2023 17:50
Áreas
Ciência e Tecnologia de Alimentos . Engenharia de Alimentos. Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública
A ingestão de fibras está associada a um menor risco de desenvolver declínio cognitivo naqueles idosos com o genótipo Apolipoproteína E ApoE ε4, considerado um fator de risco genético ligado ao desenvolvimento da doença de Alzheimer. É o que afirma um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa em Biomarcadores e Metabolômica Nutricional e Alimentar da Faculdade de Farmácia e Ciências da Saúde da Universidade de Barcelona e o CIBER sobre Fragilidade e Envelhecimento (CIBERFES).
O estudo, publicado na revista científica Age and Ageing, conduzido pela professora Dra. Cristina Andrés-Lacueva, do Instituto de Investigação em Nutrição e Segurança Alimentar (INSA-UB), do Campus de Alimentação e Nutrição Torribera da UB e do CIBERFES. Baseia-se no projeto InCHIANTI, um estudo realizado em 1.139 adultos com mais de 65 anos em duas áreas da Toscana. Em particular, o estudo incluiu 848 voluntários (56% eram mulheres), com idade média de 74 anos, para estudar sua dieta, estado cognitivo e outros parâmetros de saúde a cada três anos, durante quinze anos.
Apolipoproteína E: diferentes variantes genéticas
A apolipoproteína E (ApoE) é uma proteína multifuncional sintetizada e secretada por várias células (hepatócitos, adipócitos, etc.). o gene ApoE, que em humanos se encontra no cromossomo 19, é polimórfico e possui três alelos codominantes (ε2, ε3 i ε4) que levam a diferentes haplótipos ou variantes genéticas.
“O declínio cognitivo, precursor do desenvolvimento de demência em idosos, é atualmente um problema de saúde pública sem tratamento. Por isso é fundamental detectar fatores de risco modificáveis que nos permitam desenvolver estratégias de prevenção, entre as quais a dieta tem se mostrado uma das mais eficientes”, observou o Dr. Tomàs Meroño (UB-INSA-CIBERFES), um dos autores do estudo. “As evidências mostram que dietas saudáveis, caracterizadas por um alto consumo de alimentos ricos em fibras, têm um impacto positivo na cognição, mas o papel específico da ingestão de fibras na função cognitiva ainda é desconhecido”.
A Dra. Cristina Andrés-Lacueva observou que “em participantes com o haplótipo ApoE ε4, vemos que um aumento de cinco gramas por dia na ingestão de fibras já está associado a um risco 30% menor de declínio cognitivo. Isso mostra que um aumento aceitável na ingestão diária de fibras pode ter impacto”.
Além disso, os pesquisadores observam que essa associação protetora é limitada a pessoas que carregam o haplótipo ApoE ε4. Em relação aos participantes com outras variantes genéticas da Apolipoproteína E (ApoE ε2 e Apoe ε3), uma maior ingestão de fibras não foi associada a um menor risco de declínio cognitivo.
“Estes resultados mostram que os idosos com o haplótipo ApoE ε4 poderiam se beneficiar de uma maior ingestão de fibras e abrem as portas para estudar a interação entre o genótipo ApoE e o consumo, que não foi caracterizado até o momento”, conclui a pesquisadora Andrea Unión (UB-INSA-CIBERFES), primeiro autor do estudo.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Barcelona (em inglês).
Fonte: Universidade de Barcelona. Imagem: Freepik.
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