Notícia
Gestão de custos é a principal preocupação do pecuarista brasileiro
Qual o custo de produzir carne bovina no Brasil?
Pixabay
Fonte
UNIPAMPA |Universidade Federal do Pampa
Data
sábado, 25 agosto 2018 15:30
Áreas
Agricultura. Pecuária. Agronegócio.
Qual o custo de produzir carne bovina no Brasil? Entender melhor como calcular os índices econômicos da propriedade é a principal preocupação do pecuarista de corte brasileiro na atualidade. A informação foi levantada na maior pesquisa com o setor pecuário já realizada no País, envolvendo 1.630 entrevistados de 542 municípios diferentes de todos os estados do Brasil.
O trabalho foi executado por meio de parceria entre Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Embrapa e Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NESPro/UFRGS).
No ranking geral da enquete, realizada entre os meses de abril e maio, o item custos de produção foi apontado como extremamente prioritário por 57,6% dos participantes, o que revela preocupação com a gestão e organização da propriedade.
“Com esse resultado, o pecuarista demonstra que quer compreender melhor como funciona o seu negócio, o registro de receitas e despesas da propriedade, assim como os indicadores de eficiência econômica, de forma que o ajude a organizar melhor e gerir o estabelecimento rural, obtendo, assim, mais lucratividade de sua atividade”, interpreta o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul (RS) Prof. Dr. Vinícius Lampert.
O questionário englobou 39 perguntas em cinco diferentes áreas do conhecimento: saúde e bem-estar animal; nutrição animal e forrageiras; melhoramento animal; ciência e tecnologia da carne; e gestão e sistemas de produção.
Os itens que se destacaram como prioritários dentro de cada um dos cinco grandes temas foram: controle de ectoparasitas, com índice de 37,8%; técnicas de manejo de pastagens cultivadas e nativas, com 43,1%; qualidade e segurança da carne, com 43,2%; seleção animal baseada em índices econômicos, com índice correspondente a 30%; além do primeiro da lista, custos de produção, com índice de 57,6%. Os temas controle de ectoparasitas, manejo de pastagens e qualidade da carne foram índices categorizados como de prioridade extremamente alta.
Cerca de 70% dos participantes da enquete identificaram-se como produtores rurais. “Esse é um índice muito importante, pois mostra uma ampla participação dos produtores rurais, que são os principais tomadores de decisão da atividade pecuária”, ressalta o Dr. Lampert. O levantamento também contou com a participação de empresários, consultores, técnicos, pesquisadores, professores e estudantes ligados ao setor.
Trabalho em andamento
A primeira análise da pesquisa aconteceu com as informações coletadas de 5 de abril a 31 de maio de 2018. No entanto, a enquete segue aberta ao público e uma segunda avaliação dos números vai ser realizada no fim deste ano. A partir de 2019, a pesquisa continuará com o objetivo de levantar um número maior de repostas.
A partir da análise dos dados, o trabalho busca subsidiar o direcionamento de estratégias de pesquisa, transferência de tecnologia e divulgação de informações para os públicos de interesse. “Com essa atualização e conhecimento dos principais problemas do setor vai ser possível qualificar a definição de estratégias de pesquisa e comunicação e, como consequência, favorecer a melhoria da competitividade da pecuária de corte brasileira”, completa o Dr. Lampert.
Para a segunda fase da pesquisa, o objetivo é identificar prioridades específicas de cada região, de modo a contribuir para a definição de políticas públicas para a pecuária de corte, considerando as diferenças regionais. Paralelamente à identificação das demandas, estão sendo levantadas as soluções tecnológicas existentes e que estão disponíveis para uso pelo setor produtivo. Depois, pretende-se cruzar essas demandas com as soluções tecnológicas já existentes, sendo possível, assim, identificar quais inovações prioritárias devem ser desenvolvidas.
Resultados subsidiam o trabalho científico
Até o momento, 319 soluções tecnológicas produzidas por 22 Unidades da Embrapa e seus parceiros nas diversas áreas da bovinocultura de corte estão organizadas. “Tais produtos, processos, serviços, metodologias, práticas agropecuárias e sistemas serão comparados com as demandas levantadas na pesquisa. Nos casos em que a solicitação estiver contemplada por tecnologias desenvolvidas, o esforço será direcionado às ações de transferência de tecnologia. Nas situações em que ainda há carência, novos projetos de pesquisa e desenvolvimento estarão em discussão”, revela o pesquisador em transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Corte (MS) Paulo Henrique Nogueira Biscola.
Conforme o professor da UFRGS e coordenador do NESPro, Dr.Júlio Barcellos, os resultados da enquete são fundamentais para orientar a pesquisa a dar respostas assertivas para o setor rural e a sociedade, de forma a otimizar recursos e ser eficiente no desenvolvimento de tecnologias. “Interpretar adequadamente essas informações é um ponto de partida para que a pesquisa agropecuária esteja sempre alinhada com a necessidade de melhorar as respostas de natureza científica e tecnológica”, destaca.
A professora da Unipampa Fernanda Garbin destaca que a pesquisa extrapola o âmbito rural, e pode gerar benefícios para toda a sociedade. “Nesse projeto, reconhecemos a importância da pecuária para nossa economia e esperamos, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento econômico e social”, declara.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Pampa.
Fonte: Tamíris Centeno Pereira da Rosa, Unipampa. Imagem: Pixabay.
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