Notícia
Frango mais saudável, com mais carne e menos gordura
Trabalho desenvolvido na Esalq-USP busca entender as razões genéticas que levam ao acúmulo de gordura nos frangos, de modo a poder melhorar as linhagens comerciais, com mais músculo e menos gordura
J. Lastras, Wikimedia Commons
Fonte
Agência Fapesp
Data
quarta-feira, 19 setembro 2018 11:00
Áreas
Agronegócio. Pecuária. Zootecnia
A linhagem dos frangos vendidos nos mercados é resultado de cruzamentos sucessivos ao longo de gerações com vistas a maximizar o ganho de peso. O resultado foi a obtenção de frangos com mais músculo (principalmente no peito, coxas e sobrecoxas, carnes que o consumidor mais aprecia). O lado negativo é que, além de ganho muscular, as aves potencializaram a deposição e o acúmulo de gordura.
Um trabalho desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, busca entender as razões genéticas que levam ao acúmulo de gordura nos frangos, de modo a poder melhorar as linhagens comerciais, com mais músculo e menos gordura.
“Na avicultura, existem principalmente duas linhagens: uma que privilegia a produção de ovos e outra voltada para a produção de carne. No passado, a ênfase no melhoramento genético do frango era para ganhar peso, resultando em aves com maior peito, coxas e sobrecoxas. O lado indesejado de tal melhoramento foi a obtenção de frangos mais gordos”, disse o Prof. Dr. Luiz Lehmann Coutinho, titular no Departamento de Zootecnia da Esalq, à Agência FAPESP.
Os principais depósitos de gordura no frango estão localizados na pele (incluindo gordura subcutânea) e dentro da cavidade abdominal (placa abdominal).
“Hoje, o consumidor está mais atento à saúde. Quer alimentos mais saudáveis. No caso das aves, isso significa frangos com carne magra e menos gordura. Já os avicultores desejam aves que comam menos, cresçam mais e com maior rapidez. O objetivo da nossa pesquisa é justamente obter um animal que se alimente com menos ração e que use melhor os nutrientes, de modo a crescer saudável e produzir mais músculos”, disse o Dr. Coutinho.
O mercado potencial para a comercialização de uma nova linhagem de aves mais magras é imenso. O Brasil é o maior produtor mundial de carne de frango. Em julho de 2018, o plantel avícola brasileiro era de 1,45 bilhão de aves, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE. Diariamente, são abatidos cerca de 16 milhões de frangos (5,86 bilhões de aves em 2016). O país também é o maior exportador mundial de carne de frango. Em 2016, foram exportados 4,4 milhões de toneladas para 143 países, no valor de US$ 6,8 bilhões.
A investigação dos genes responsáveis pela deposição de gordura no frango foi publicada na revista BMC Genomics. O trabalho de identificação dos genes relacionados à deposição de gordura equivale ao de buscar agulhas (os genes de interesse ou genes candidatos) em um palheiro, ou seja, dentro do genoma da galinha.
O genoma completo da galinha doméstica (Gallus gallus domesticus) foi publicado em 2004. A montagem mais recente possui aproximadamente 1,3 bilhão de bases, distribuídas em 72 cromossomos. Em comparação, o genoma humano tem 3 bilhões de bases, distribuídas em 46 cromossomos.
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Peter Moon, Agência FAPESP. Imagem: J. Lastras, Wikimedia Commons.
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