Notícia

Fibra dietética ajuda a agregar partículas intestinais

Fonte

Caltech | Instituto de Tecnologia da Califórnia

Data

segunda-feira, 4 março 2019 10:20

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades

Alimentos, micróbios e remédios se agrupam quando se movem pelo intestino. Moléculas viscosas secretadas em nossos intestinos ligam as partículas do intestino da mesma forma que a farinha forma uma massa. Um novo estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) mostra que a fibras –  moléculas fibrosas encontradas em alimentos como vegetais e grãos integrais –  também desempenham um papel importante na aglutinação de partículas no intestino.

“Este é o primeiro passo para desvendar como as propriedades físicas das fibras impactam a agregação no intestino”, diz Asher Preska Steinberg, estudante de pós-graduação do Caltech e autor do artigo na revista científica eLIFE. “Enquanto as moléculas viscosas no nosso intestino agregam as partículas através da ligação química, o processo pode ser físico com a fibra – as moléculas da fibra fazem com que as partículas se agreguem simplesmente sugando a água entre as partículas.”

O aglomerado de partículas no intestino pode desempenhar um papel importante na absorção de drogas e na regulação das populações de micróbios, embora os detalhes ainda não sejam claros. Algumas evidências mostraram que a agregação de partículas pode ajudar a eliminar bactérias ruins do intestino, enquanto outros estudos mostraram, inversamente, que a agregação pode promover a colonização ou o crescimento excessivo de bactérias ruins. Também não se sabe se esse agrupamento afeta a entrega de drogas ou nutrientes, mas alguns cientistas especularam que isso poderia impedir esse processo.

“Diretrizes dietéticas atuais recomendam o consumo de fibras, mas a palavra ‘fibra’ é usada para descrever moléculas com uma ampla gama de tamanhos e propriedades”, disse o Dr. Rustem Ismagilov,  professor de química e engenharia química do Caltech. “Nosso objetivo é entender o que cada um desses diferentes tipos de fibra é capaz de fazer no trato digestivo e os mecanismos responsáveis ​​pela atuação das fibras”

No novo estudo, os pesquisadores alimentaram camundongos com uma dieta de dois tipos diferentes de fibras: Fibersol-2, uma forma sintética de fibra que se assemelha à fibra alimentar; e pectina, uma molécula fibrosa, mais longa que o Fibersol-2, encontrada em maçãs. Eles descobriram que a pectina, mas não o Fibersol-2, promoveu a agregação física de partículas no intestino dos animais.

“Observou-se mais aglomeração com fibras mais longas”, afirmou Preska Steinberg. “Nossos resultados sugerem que a agregação pode ser regulada pela administração de fibras alimentares de diferentes comprimentos.”

No futuro, os pesquisadores esperam realizar testes semelhantes, mas usando micróbios, para descobrir se as fibras também podem influenciar a agregação microbiana no intestino.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia na página do Caltech (em inglês).

Fonte: Whitney Clavin, Caltech. Imagem: Caltech, Ismagilov Lab, A. Preska Steinberg.

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