Notícia
Estudo revela que grávida adolescente ingere mais alimentos ultraprocessados
Com os resultados, os pesquisadores apontam para a necessidade de implementação de medidas de intervenção nos estabelecimentos de saúde com o objetivo de fornecer informações educativas e promover alimentação saudável para as mães
Pixabay
Fonte
UFES | Universidade Federal do Espírito Santo
Data
terça-feira, 4 maio 2021 11:40
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública
Ser gestante na adolescência (19 anos ou menos) é um fator de risco para o maior consumo de alimentos ultraprocessados. É o que mostra um estudo com puérperas da Grande Vitória realizado por pesquisadores dos programas de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde e de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Ufes. Outro fator que influencia no aumento do consumo de ultraprocessados é o tabagismo. Os dados da pesquisa também indicam que, quando a gestante tem idade superior a 35 anos, é chefe de família e recebeu informações sobre alimentação saudável no pré-natal, os hábitos alimentares são melhores.
A pesquisa, que resultou em um artigo publicado em 2020 na revista científica Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ouviu 1.035 mulheres que haviam acabado de dar à luz na rede pública entre abril e setembro de 2010. A amostra foi constituída por gestantes residentes em municípios da região metropolitana da Grande Vitória internadas em oito unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao parto. O objetivo foi levantar os fatores sociodemográficos que influenciam o consumo de alimentos ultraprocessados e minimamente processados por gestantes. Os dados da pesquisa fazem parte de um estudo maior intitulado Avaliação da Qualidade da Assistência Pré-Natal na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV-ES): Acesso e Integração de Serviços de Saúde.
Das quatro classificações existentes para alimentos segundo sua procedência – in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados – duas foram utilizadas no estudo: minimamente processados e ultraprocessados.
“Nós observamos que gestantes adolescentes têm hábitos alimentares mais prejudiciais, com maior consumo de alimentos ultraprocessados. Já gestantes com mais de 35 anos tinham hábitos alimentares melhores. E as gestantes que receberam orientações sobre alimentação saudável durante seu acompanhamento pré-natal consumiram menos alimentos ultraprocessados”, resume a professora do Departamento de Nutrição Dra. Luciane Bresciani Salaroli, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Epidemiologia, Saúde e Nutrição (GEMNUT) da Ufes.
Remuneração
Outro dado importante diz respeito à atividade remunerada. Aquelas mulheres que tinham trabalho remunerado e as chefes de família se alimentavam melhor, comendo menos ultraprocessados do que as que não tinham trabalho remunerado. A situação de maior vulnerabilidade econômica e alimentar das mulheres negras também foi evidenciada na pesquisa, prevalecendo hábitos de consumo de alimentos ultraprocessados.
Apesar de não ter sido objeto desse estudo, a Dra. Salaroli afirma que a ingestão de ultraprocessados, já é sabido, traz consequências negativas para a saúde: “Outros estudos mostram pior qualidade da dieta e impactos negativos na saúde das pessoas, como, por exemplo, obesidade, síndrome metabólica, alguns tipos de câncer, síndrome do intestino irritável, dentre outros”.
“Os presentes resultados apontam para a necessidade de implementação de medidas de intervenção nos estabelecimentos de saúde com o objetivo de fornecer informações educativas e promover alimentação saudável para as mães”, afirmam os pesquisadores.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia na página da UFES.
Fonte: Sueli de Freitas, edição Thereza Marinho, UFES. Imagem: Pixabay.
Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar