Notícia

Estudo mostra como o consumo crônico de cafeína altera o padrão de sono e o fluxo sanguíneo

Fonte

UCLA | Universidade da Califórnia em Los Angeles

Data

segunda-feira, 25 setembro 2023 17:25

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos. Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Funcional. Saúde Pública

Um novo estudo, publicado na revista científica PNAS Nexus, descobriu que o consumo crônico de cafeína tem efeitos surpreendentes nos padrões de sono e no fluxo sanguíneo cerebral em camundongos, aumentando o fluxo sanguíneo cerebral durante o sono.

O estudo, liderado pelo Dr. Andrew Charles, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) , foi conduzido usando um microchip minimamente invasivo e um sistema de gravação de vídeo, que permitiu que os camundongos permanecessem em movimento livre enquanto registravam vários parâmetros fisiológicos e comportamentais por longos períodos, variando de semanas a meses. Isto permitiu aos pesquisadores examinar os efeitos do consumo crônico de cafeína no momento do sono (incluindo o sono REM), bem como no fluxo sanguíneo cerebral nos estados de vigília e sono.

O estudo descobriu que os camundongos tiram uma ‘soneca’ consistentemente durante a última parte da fase de vigília. A cafeína diária aboliu esse cochilo e consolidou a vigília durante a fase de vigília, além de alterar o início do sono (particularmente o sono REM) em até 2 horas em relação ao ciclo claro-escuro. Curiosamente, os camundongos que consumiram cafeína quando acordados dormiram de forma mais sólida, e a quantidade total de sono não-REM e REM não foi alterada porque “dormiram” mais tarde.

Os pesquisadores descobriram que o fluxo sanguíneo cerebral estava geralmente correlacionado com a atividade, fazendo com que fosse maior durante o estado de vigília e menor durante o sono. A exceção a esse padrão foram os períodos de sono REM, durante os quais ocorreram grandes aumentos no fluxo sanguíneo cerebral na ausência de qualquer movimento. O consumo crônico de cafeína teve efeitos notáveis ​​no fluxo sanguíneo cerebral durante os estados de vigília e sono, causando uma redução no fluxo sanguíneo cerebral durante a fase de vigília e um aumento significativo no fluxo sanguíneo cerebral durante a fase de sono.

Esses resultados têm uma série de implicações significativas:

• Esses camundongos (e talvez alguns humanos) podem ser geneticamente codificados para tirar uma ‘soneca’ durante a fase de vigília;
• Os camundongos compensaram o atraso no início do sono dormindo de forma mais sólida e “dormindo até tarde”. Como a maioria dos indivíduos não consegue praticamente ‘dormir até tarde’ para compensar o atraso no início do sono, isso pode explicar a percepção de que a cafeína reduz a qualidade do sono;
• O sono REM está associado a um aumento dramático no fluxo sanguíneo cerebral que é aumentado pela cafeína. O fluxo sanguíneo cerebral durante o sono não REM também aumentou durante a administração de cafeína. Os autores dizem que estes efeitos levantam a possibilidade de que os efeitos neuroprotetores da cafeína, particularmente contra doenças neurodegenerativas como o Parkinson, possam estar ligados ao aumento do fluxo sanguíneo durante o sono, auxiliando na eliminação de resíduos metabólicos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia em Los Angeles (em inglês).

Fonte: David Sampson, Universidade da Califórnia em Los Angeles. Imagem: Freepik.

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