Notícia
Estudo do chá verde e outras moléculas revela nova estratégia terapêutica para a doença de Alzheimer
A molécula epigalocatequina galato (EGCG) – a encontrada no chá verde – é conhecida por desembaraçar essas fibras tau
Divulgação, via NIH - NIA
Fonte
NIH - NIA | National Institute on Aging
Data
quinta-feira, 23 fevereiro 2023 11:05
Áreas
Nutrição Clínica. Saúde Pública
Pesquisadores descobriram como uma molécula encontrada no chá verde quebra os emaranhados da proteína tau, uma característica da doença de Alzheimer. Com base nessa descoberta, a equipe identificou outras moléculas que também podem desembaraçar a tau e podem ser melhores candidatas a medicamentos do que a molécula do chá verde. Os resultados do estudo financiado pelo National Institute on Aging (NIA), publicado na revista científica Nature Communications, sugerem que essa abordagem pode um dia fornecer uma estratégia eficaz para o tratamento da doença de Alzheimer.
Na doença de Alzheimer, a tau se une anormalmente em emaranhados fibrosos que se espalham entre as células cerebrais, levando à morte celular. A molécula epigalocatequina galato (EGCG) – a encontrada no chá verde – é conhecida por desembaraçar essas fibras tau. No entanto, o EGCG não é por si só um tratamento eficaz de Alzheimer porque não pode penetrar facilmente no cérebro e se liga a muitas proteínas além da tau, enfraquecendo seu efeito. Portanto, os pesquisadores queriam encontrar moléculas que replicassem os efeitos do EGCG, mas tivessem melhores propriedades de drogas para o tratamento da doença de Alzheimer.
Neste estudo, uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, isolou emaranhados de tau de tecido cerebral pós-morte doado por pessoas com Alzheimer. Os emaranhados foram tratados com EGCG e congelados rapidamente. As imagens dos complexos de fibra EGCG e tau foram capturadas com uma técnica chamada microscopia eletrônica criogênica.
Essas imagens de fibra EGCG-tau ajudaram a revelar como o EGCG se liga e desmonta as fibras tau. De acordo com o modelo da equipe, o EGCG se liga a fendas, ou aberturas, ao longo de cada camada das fibras, desestabilizando as camadas e separando lentamente as fibras.
Usando simulações de computador, os pesquisadores identificaram outras moléculas que provavelmente funcionam de maneira semelhante ao EGCG, mas que podem entrar no cérebro com mais facilidade. Eles testaram essas outras moléculas em um modelo celular para a formação de emaranhados de tau e, adicionalmente, em emaranhados de tau isolados de amostras cerebrais doadas por pacientes com Alzheimer após a morte. Em ambas as configurações, várias das moléculas desembaraçaram as fibras de tau. Embora os pesquisadores alertem que mais trabalho é necessário, os experimentos indicaram que certas moléculas também impediram que a tau desembaraçada se espalhasse e formasse novos emaranhados.
No geral, as descobertas sugerem que essas moléculas recém-descobertas que podem penetrar no cérebro e desmantelar os emaranhados tau podem ser uma estratégia promissora para o tratamento da doença de Alzheimer. Pesquisas futuras sobre essas moléculas podem ajudar a descobrir mais sobre seu potencial terapêutico.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do National Institute on Aging (em inglês).
Fonte: National Institute on Aging. Imagem: Divulgação, via NIH – NIA.
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