Notícia

EPAMIG desenvolve tecnologia que potencializa a produção de ora-pro-nobis

Cultivo superadensado possibilita aumentar a produção de proteína por área e o número de colheitas por ano sem alterar as propriedades alimentícias da planta

Wikimedia Commons

Fonte

Epamig | Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

Data

segunda-feira, 28 dezembro 2020 10:15

Áreas

Agricultura. Agronomia. Biotecnologia. Ciências Agrárias

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolve estudos para o cultivo de ora-pro-nobis, também conhecido como lobrobô, em um Sistema de plantio superadensado com colheitas sucessivas de folhas e ramos novos. A técnica permite o aumento da produção de biomassa e de proteína por área e por tempo.

“Com a densidade de 10 plantas/m² e oito colheitas anuais, foram produzidos 5.759 kg/ha/ano de proteínas nas folhas e 9.035,3 kg/ha/ano de proteínas totais incluindo os ramos. Esses valores são altos e até superiores a plantas consideradas importantes fontes de proteína para alimentação humana e animal”, afirma a pesquisadora Dra. Maria Regina Miranda Souza da Epamig, responsável pelo trabalho.

Além da produção rápida de uma grande quantidade de proteína vegetal de elevada qualidade biológica, as folhas são ricas em minerais, especialmente ferro e cálcio, fazendo do ora-pro-nobis uma excelente opção para alimentação, com perspectivas de importância econômica e social. “Neste sistema de cultivo o teor médio de proteínas das folhas que é de 22,4%, foi mantido”, afirma a Dra. Maria Regina.

Os experimentos começaram no ano 2009, como parte da tese de doutorado da pesquisadora, defendida em 2013. Desde 2017, novos experimentos, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) vêm sendo desenvolvidos no Campo Experimental Vale do Piranga da Epamig, no município de Oratórios (MG). Três genótipos, dentre eles um sem espinhos, estão sendo testados. “O experimento está sendo conduzido com avaliações contínuas para se verificar a manutenção da produtividade e das características morfológicas e nutricionais da planta. O genótipo ‘sem espinho’, em especial, tem criado muitas expectativas considerando a facilidade de colheita e a possível utilização in natura ou seco na alimentação direta para animais”, aponta a Dra. Maria Regina.

O trabalho tem como objetivos principais o resgate da culinária tradicional de Minas Gerais e o incremento da alimentação, por meio de uma fonte de proteínas, ferro e cálcio. “A difusão da tecnologia por meio de oficinas sobre produção de mudas, cultivo e preparo de ora-pro-nobis, resultou na inclusão da planta na horta e merenda de escolas famílias agrícolas nos municípios de Araponga e Ervália, na Zona da Mata Mineira. Além disso, famílias rurais têm comercializado o excedente em feiras locais”, destaca a pesquisadora.

Características da planta

O ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Mill.) é uma planta alimentícia não-convencional (PANC) da família Cactaceae, nativa do Brasil, que ainda é pouco conhecida pela população, embora seja encontrada do Sul ao Nordeste do país. Seu consumo é mais comum na zona rural dos estados de Minas Gerais e Goiás, especialmente, em locais onde seu uso culinário está associado à cultura popular tradicional.

Acesse a notícia completa na página da Epamig.

Fonte: Comunicação Epamig. Imagem: Wikimedia Commons.

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