Notícia
Empresa produz nanocápsulas de ômega-3 para a indústria de alimentos
Com o ômega-3 nanoencapsulado com o fitoesterol, a absorção do produto no organismo é mais eficiente e apresenta melhores resultados para a saúde humana
Pixabay
Fonte
Fapesp Pesquisa para Inovação
Data
domingo, 3 junho 2018 11:30
Áreas
Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de alimentos
A empresa Funcional Mikron, de Valinhos (SP), desenvolveu um processo de produção de ômega-3 para compor cápsulas e ingredientes para a indústria alimentícia. O ômega-3 é uma gordura poli-insaturada encontrada em peixes e crustáceos e consumida como um suplemento alimentar para combater altos índices de triglicérides e colesterol ou mesmo para evitar as demências senis.
O projeto teve apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas da FAPESP (PIPE). Utilizando nanotecnologia, uma área em que os produtos são elaborados em medidas equivalentes a um milímetro dividido por um milhão, a empresa conseguiu desenvolver um composto contendo fitoesteróis, substância produzida com óleos vegetais que também contribui para combater o colesterol alto. Com o ômega-3 nanoencapsulado com o fitoesterol, a absorção do produto no organismo é mais eficiente e apresenta melhores resultados para a saúde humana, segundo a empresa.
“Utilizamos óleo de peixe encapsulado em micro ou nanoestruturas envoltas em fitoesteróis. São nanoesferas, com tamanhos entre 100 nanômetros e 400 nanômetros, que conseguem ser mais bem absorvidas pelo intestino e chegar à corrente sanguínea em maior volume e em menor tempo”, explica o biomédico Eduardo Caritá, sócio e diretor de tecnologia e inovação da empresa.
Em teste realizado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com 30 voluntários, nanopartículas de vitaminas do complexo B nanoencapsuladas em fitoesteróis mostraram 25,7% a mais de absorção quando comparadas com as vitaminas em cápsulas comuns, o que significa maior biodisponibilidade do produto no organismo.
Eduardo Caritá explica que a nanoesfera feita de fitoesterol e ômega-3 compete com o colesterol LDL, que é uma lipoproteína de baixa densidade fabricada pelo fígado depois da ingestão de alimentos. A ingestão excessiva de colesterol leva a uma alta produção de VLDL, que é uma lipoproteína de densidade muito baixa. Como o LDL, o VLDL também é chamado de colesterol ruim porque provoca inflamações nas paredes das artérias e pode levar ao infarto.
O fitoesterol, gordura de origem vegetal com estrutura molecular muito similar ao colesterol, é absorvido preferencialmente em detrimento do colesterol exógeno (produzido após a alimentação) que é expelido pelas fezes. Ao absorver o ômega-3 – que possui como elementos ativos os ácidos graxos eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA) – , o organismo acaba por reduzir todos os processos inflamatórios presentes no corpo, inclusive o localizado nas artérias pela deposição das placas de ateroma, constituídas de cálcio e gordura, principalmente o VLDL. Tanto o ômega-3 como os fitoesteróis são considerados alimentos funcionais pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trazem benefícios à saúde de acordo com estudos científicos, atuando como suplementos e não como medicamentos.
O novo sistema de produção poderá levar a Funcional Mikron a ser o primeiro fabricante no país a disponibilizar para a indústria alimentícia um ingrediente em pó de ômega-3. “Produziremos e venderemos para outras empresas esse ingrediente para ser usado em sorvetes, achocolatados, bebidas lácteas, sucos, chás, milk shakes e até pães e bolos”, diz Caritá.
Outro benefício desse processo produtivo que utiliza a nanotecnologia é o maior prazo de validade para o consumo em comparação com os atuais de mercado. Caritá também acrescenta que, com a nova formulação, tanto nas cápsulas como no pó, o ômega-3 deixará de ter o sabor e odor desagradável do óleo de peixe usado como matéria-prima. Os últimos testes sensoriais para comprovar essa característica estão sendo realizados neste semestre.
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Fonte: Fapesp Pesquisa para Inovação. Imagem: Pixabay
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