Notícia

Diretrizes alimentares podem estar incompatíveis com as metas globais de saúde e meio ambiente

Um terço das diretrizes alimentares de 85 países está incompatível com a agenda de saúde global sobre doenças não transmissíveis e entre 67% a 87% estão incompatíveis com o Acordo Climático de Paris e outras metas ambientais

Unsplash

Fonte

Universidade de Adelaide

Data

segunda-feira, 20 julho 2020 14:10

Áreas

Nutrição Coletividades. Saúde Pública. Sustentabilidade

Pesquisadores extraíram as recomendações das diretrizes alimentares de 85 países e consideraram as recomendações em relação às metas globais de saúde e ambientais, incluindo a meta de reduzir a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis em um terço e o acordo para limitar o aquecimento global a menos de dois graus Celsius.

Em artigo publicado na revista científica The BMJ, pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, em conjunto com colegas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e das Universidades de Harvard e Tufts, nos Estados Unidos, também examinaram os impactos da adoção das recomendações alimentares globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as recomendações mais abrangentes e ambiciosas da Comissão EAT-Lancet sobre dietas saudáveis ​​de sistemas alimentares sustentáveis.

Os resultados apontam que, em média, a adoção de diretrizes alimentares nacionais esta associada a uma redução de 15% da mortalidade prematura e a uma redução de 13% nas emissões de gases de efeito estufa. “No entanto, um terço das diretrizes está incompatível com a agenda de saúde global sobre doenças não transmissíveis e entre 67% a 87% eram incompatíveis com o Acordo Climático de Paris e outras metas ambientais. Em conjunto, 98% das diretrizes nacionais estão incompatíveis com pelo menos uma meta global de saúde e meio ambiente, o que significa que, mesmo que o mundo inteiro as seguisse, ainda assim não conseguiríamos alcançar as metas que os governos assinaram”, disse o estudante Luke Spajic, da Universidade de Adelaide, que participou da pesquisa.

Spajic disse que não ficou surpreso com essas descobertas, já que muitas diretrizes alimentares nacionais do estudo não são atualizadas há algum tempo e não incluem recomendações sobre sustentabilidade ambiental. “Na Austrália, nossas diretrizes alimentares foram publicadas pela última vez em 2013, [e não levam em conta] essas recomendações que consideram a sustentabilidade ambiental”, disse Spajic.

A adoção das recomendações da OMS foi associada a mudanças ambientais e de saúde semelhantes às de muitas diretrizes nacionais.

“Precisamos urgentemente atualizar as diretrizes alimentares nacionais para refletir as evidências mais recentes sobre alimentação saudável. Na Austrália, descobrimos que colocar limites mais rigorosos à carne vermelha e laticínios traria maior benefício ambiental, e o aumento das recomendações de grãos integrais, nozes e sementes, bem como limites adicionais à carne processada e vermelha, teriam o maior impacto na saúde”, destacou o pesquisador.

O Dr. Marco Springmann, da Universidade de Oxford, que liderou o estudo, disse que diretrizes mais ambiciosas sobre carne vermelha e laticínios seriam um bom ponto de partida, mas as diretrizes não são uma solução em si. No estudo, menos da metade de todos os países com diretrizes alimentares nacionais cumpriu qualquer uma de suas recomendações e nenhum país cumpriu simultaneamente todas as recomendações.

O estudo também destaca a necessidade de diretrizes alimentares nacionais serem revistas com mais frequência e comparadas às metas globais de saúde e meio ambiente.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade de Adelaide (em inglês).

Fonte: Kelly Brown, Universidade de Adelaide.  Imagem: Anna Pelzer, Unsplash.

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