Notícia
Dietas mais saudáveis também podem ser melhores para o planeta
Estudo compara o impacto climático e o valor nutricional de dietas dos americanos
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Fonte
Universidade Tulane
Data
terça-feira, 5 fevereiro 2019 15:10
Áreas
Educação Alimentar. Gastronomia. Nutrição Coletividades
Um estudo que examinou a pegada de carbono do que mais de 16.000 americanos comem em um dia trouxe uma boa notícia para os consumidores ambientalmente conscientes: dietas que são mais amigáveis ao clima também são mais saudáveis.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, é o primeiro a comparar o impacto climático e o valor nutricional de dietas usando dados do mundo real sobre o que os americanos dizem que estão comendo. O artigo foi publicado na revista científica American Journal of Clinical Nutrition. “Esperamos que essas descobertas ajudem o público e os formuladores de políticas a reconhecerem que melhorar a qualidade da dieta também pode ajudar o meio ambiente”, disse um dos autores do estudo, o Dr. Martin Heller, do Centro de Sistemas Sustentáveis da Universidade de Michigan.
“As pessoas cujas dietas tinham menor pegada de carbono estavam consumindo menos carne vermelha e laticínios – que contribuem para uma maior parcela das emissões de gases do efeito estufa e têm alto teor de gordura saturada – e consumindo alimentos mais saudáveis, como frango, grãos integrais e proteínas vegetais”, disse o principal autor do estudo, Dr. Diego Rose, professor de Nutrição e Segurança Alimentar da Escola de Saúde Pública e Medicina Tropical da Universidade Tulane.
Como a produção de alimentos é um dos principais contribuintes para a mudança climática, os pesquisadores procuraram aprender mais sobre os impactos das escolhas alimentares diárias dos americanos. Eles construíram um extenso banco de dados das emissões de gases de efeito estufa relacionados à produção de alimentos e o vincularam a uma grande pesquisa que perguntou às pessoas o que elas comeram durante um período de 24 horas.
Os pesquisadores classificaram as dietas pela quantidade de gases de efeito estufa por 1.000 calorias consumidas e as dividiram em cinco grupos iguais. Em seguida, eles avaliaram o valor nutricional dos alimentos consumidos em cada dieta usando o Índice de Alimentação Saudável dos EUA, uma medida da qualidade da dieta, e compararam os grupos de menor e maior impacto sobre essa e outras medidas.
Os americanos no grupo de pegada de carbono mais baixo se alimentaram com uma dieta mais saudável. No entanto, essas dietas também continham mais alguns itens de baixa emissão que não são saudáveis, ou seja, açúcares adicionados e grãos refinados. Eles também tinham quantidades menores de nutrientes importantes – como ferro, cálcio e vitamina D – provavelmente por causa da menor ingestão de carne e laticínios.
No geral, as dietas no grupo de menor impacto foram mais saudáveis, mas não em todas as medidas. O Dr. Rose diz que isso ocorre porque as dietas são complexas, com muitos ingredientes que influenciam a qualidade nutricional e os impactos ambientais.
As dietas no grupo de maior impacto foram responsáveis por cinco vezes as emissões das pessoas do grupo de menor impacto. As dietas de maior impacto tiveram maiores quantidades de carne (carne bovina, carne de porco, vitela e caça), laticínios e gorduras sólidas por 1.000 calorias do que as dietas de baixo impacto.
No geral, as dietas de alto impacto foram mais concentradas em proteínas totais e alimentos de proteína animal. Estudo anterior descobriu que 20% dos americanos eram responsáveis por quase metade das emissões de gases de efeito estufa relacionadas à dieta dos EUA.
“A boa notícia é que existem soluções com dietas que são mais saudáveis para as pessoas e para o planeta”, disse o Dr. Heller. “As grandes reduções nas emissões relacionadas aos alimentos não exigem a eliminação completa dos alimentos: reduzir a carne vermelha e substituí-la por feijão, ovos ou frango pode levar a melhorias significativas na saúde e na pegada de carbono de nossa dieta”, conclui o especialista.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Tulane (em inglês).
Fonte: Keith Brannon, Universidade Tulane. Imagem: Freepik.
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