Notícia
Dieta rica em polifenóis previne a inflamação em idosos, concluiu nova pesquisa
Os polifenóis dos alimentos podem prevenir a inflamação em pessoas idosas, pois alteram a microbiota intestinal e induzem a produção do ácido indol 3-propiônico (IPA), metabólito derivado da degradação do triptofano por bactérias intestinais
Freepik, arte
Fonte
Universidade de Barcelona
Data
quarta-feira, 8 junho 2022 17:20
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública
Os polifenóis dos alimentos que ingerimos podem prevenir a inflamação em pessoas idosas, pois alteram a microbiota intestinal e induzem a produção do ácido indol 3-propiônico (IPA), um metabólito derivado da degradação do triptofano por bactérias intestinais. É o que afirma um estudo publicado na revista científica Molecular Nutrition and Food Research, realizado pelo Grupo de Pesquisa em Biomarcadores e Metabolômica Nutricional e Alimentar da Faculdade de Farmácia e Ciências Alimentares da Universidade de Barcelona e do CIBER sobre Fragilidade e Envelhecimento Saudável (CIBERFES).
A equipe, liderada pela professora Dra. Cristina Andrés-Lacueva, da Faculdade de Farmácia e Ciências Alimentares da UB, é também membro da Rede de Inovação Alimentar da Catalunha (XIA).
Polifenóis e envelhecimento saudável
Polifenóis são compostos naturais, considerados probióticos, que ingerimos principalmente através de frutas e vegetais. Vários polifenóis dietéticos têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias bem conhecidas, bem como a capacidade de interagir com bactérias presentes no intestino humano e produzir pós-bióticos (como o IPA), o que aumenta seus efeitos positivos na saúde.
Há cada vez mais evidências que confirmam que o consumo regular de polifenóis na dieta pode contribuir para um envelhecimento saudável, especialmente se fizerem parte de uma dieta saudável, como a mediterrânica, e estiverem associados a um estilo de vida saudável, ou seja, uma que inclua atividade física regular e exclua o tabaco e o álcool, por exemplo.
O estudo mostra que a interação entre os polifenóis e a microbiota intestinal pode induzir a proliferação de bactérias com capacidade de sintetizar metabólitos benéficos, como o IPA, um pós-biótico com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras que contribuem para melhorar a saúde da parede intestinal. Portanto, este composto contribuiria para a prevenção de algumas doenças associadas ao envelhecimento.
“Se considerarmos os efeitos benéficos do IPA na microbiota intestinal e na saúde em geral, é importante encontrar estratégias confiáveis para promover a produção desse metabólito”, observou o Dr. Tomás Meroño, do Departamento de Nutrição, Ciências Alimentares e Gastronomia da UB e CIBERFES.
Como parte do estudo, os pesquisadores realizaram uma análise multiômica para monitorar os níveis de IPA no soro, além de analisar a composição da microbiota intestinal em amostras fecais de cinquenta e um voluntários com mais de sessenta e cinco anos que continuaram seguindo uma dieta rica em polifenóis (chá verde, chocolate amargo, frutas como maçã, romã e mirtilos) durante oito semanas.
Aumento do IPA no sangue e no crescimento bacteriano
Os resultados mostram que a dieta rica em polifenóis gerou um aumento significativo nos níveis de IPA no sangue, juntamente com uma diminuição nos níveis de inflamação e alterações nas bactérias da microbiota, da ordem dos Bacteroides.
Surpreendentemente, os pesquisadores não observaram os mesmos efeitos nos voluntários com doenças renais, o que pode ser explicado devido à composição alterada de sua microbiota intestinal. Essas pessoas apresentaram quantidades menores de IPA no início do estudo em comparação com os voluntários com função renal normal.
“Esses resultados podem ser clinicamente relevantes, pois os baixos níveis de IPA têm sido associados a um rápido declínio da função renal e a uma doença renal crônica”, observou a professora Cristina Andrés-Lacueva.
Portanto, uma dieta rica em polifenóis, incluindo alimentos probióticos, como chá verde, chocolate amargo e algumas frutas, como maçãs, romã e mirtilos, poderia aumentar a produção de IPA por meio de mudanças na composição da microbiota intestinal. Esse aumento nos níveis de um pos-biótico como o IPA em idosos pode ser benéfico para retardar ou prevenir doenças crônicas que prejudicam a qualidade de vida.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Barcelona (em inglês).
Fonte: Universidade de Barcelona. Imagem: Freepik, arte.
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