Notícia

Crianças com alimentação menos saudável desenvolvem apetite desregulado

A pesquisa, destaca a importância de estabelecer um padrão alimentar saudável, desde cedo, para que mais tarde as crianças tenham uma relação adequada com a comida.

Pixabay

Fonte

U.Porto | Universidade do Porto

Data

domingo, 13 maio 2018 14:30

Áreas

Educação Nutricional. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Pesquisadores da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) estudaram a influência da alimentação praticada pelas crianças aos quatro anos de idade sobre o seu apetite aos sete, tendo concluído que aquelas que tinham, desde cedo, padrões alimentares menos saudáveis desenvolviam, mais tarde, comportamentos alimentares relacionados com o apetite mais problemáticos, como comer lentamente, ter menos prazer pela comida ou apetite excessivo e consumo em função de estímulos externos e emocionais.

A investigação analisou os padrões alimentares (que quantificam o efeito cumulativo e de interação dos vários alimentos e nutrientes) de cerca de 4300 crianças com quatro anos de idade da coorte Geração XXI – projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças da cidade do Porto.

“Foram previamente identificados três padrões alimentares aos quatro anos: um saudável, um outro designado de snacking e um padrão de consumo de alimentos densamente energéticos“, refere Gabriela Albuquerque, primeira autora do estudo, coordenado pela Dra. Andreia Oliveira.

As crianças com o padrão saudável consumiam mais fruta, hortícolas e peixe e menos alimentos densamente energéticos, como batatas fritas, pizza, hambúrgueres, doces, refrigerantes, queijo e carnes vermelhas e processadas. Já aquelas que praticavam um padrão snacking comiam mais fora das refeições principais (almoço e jantar) e apresentavam um elevado consumo de snacks, incluindo alimentos saudáveis e pouco saudáveis – leite, iogurte, batatas fritas, salgados e doces. As crianças que, aos quatro anos, se enquadravam no padrão de consumo de alimentos densamente energéticos, tinham um elevado consumo de alimentos como batatas fritas, pizza, doces, refrigerantes, queijo, salgados e carnes vermelhas e processadas.

“Verificamos que, em comparação com as crianças que aos quatro anos comiam de forma saudável, as que praticavam padrões menos saudáveis, como o snacking e o padrão densamente energéticodesenvolviam comportamentos alimentares mais problemáticos relacionados com a restrição do apetite ou mesmo desinibição do apetite aos sete anos”, explica a pesquisadora.

O estudo mostrou que as crianças que se encaixavam no padrão snacking desenvolviam posteriormente restrição do apetite, ou seja, eram mais seletivas a comer, mais lentas e tinham menos prazer pela comida. Já aquelas que aos quatro anos se encaixavam no padrão “alimentos densamente energéticos”, aos sete apresentavam desinibição do apetite, comportamento que se caracteriza por um apetite excessivo, pelo consumo de alimentos em função de estímulos externos e estados emocionais e pelo elevado desejo de bebidas, nomeadamente refrigerantes e sumos.

“Constatamos que as crianças que tinham tanto um padrão snacking como densamente energético apresentaram, mais tarde, comportamentos alimentares que não eram os desejáveis, quer por terem um apetite excessivo ou diminuído às refeições”, diz Gabriela Albuquerque.

A pesquisadora sublinha que, a nível de saúde pública “é importante estabelecer um padrão alimentar saudável, desde cedo, para que mais tarde as crianças tenham uma relação adequada com a comida”.

A influência do ambiente familiar nos hábitos alimentares da criança

Um outro resultado da investigação associa o índice de massa corporal (IMC) das mães, antes da gravidez, com os hábitos alimentares dos filhos.

Apurou-se que as crianças que seguiam uma alimentação à base de snacks e que eram filhos de mães que apresentavam peso normal ou baixo antes da gravidez, tinham um maior risco de desenvolver restrição do apetite mais tarde. Encontrou-se também uma associação entre o padrão snacking e a desinibição do apetite em crianças cujas mães tinham excesso de peso ou obesidade antes da gravidez.

 

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Diana Seabra, Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. Imagem: Pixabay

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