Notícia

Consumo de café pode estar associado a menor gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica em pessoas com diabetes tipo 2

A conclusão deste estudo abre caminho para a utilização dos metabolitos do café (como a teofilina) como marcadores não invasivos da progressão da doença hepática gordurosa não alcoólica

Pixabay

Fonte

UC | Universidade de Coimbra

Data

sábado, 14 janeiro 2023 12:00

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos. Nutrição Clínica. Nutrição Funcional. Saúde Pública

Um estudo liderado por pesquisadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) revela que a cafeína, os polifenóis (substâncias com função antioxidante) e outros produtos naturais encontrados no café podem contribuir para reduzir a gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica em pessoas com excesso de peso e diabetes tipo 2. A conclusão deste estudo abre caminho para a utilização dos metabolitos do café (como a teofilina) como marcadores não invasivos da progressão da doença hepática gordurosa não alcoólica.

A doença hepática gordurosa não alcoólica caracteriza-se pela acumulação de gordura no fígado, que pode levar à fibrose hepática, que, por sua vez, pode progredir para cirrose (cicatrização do fígado) e câncer hepático. A patologia não resulta do consumo excessivo de álcool, mas de um estilo de vida pouco saudável, com pouco exercício físico e uma dieta rica em calorias. É também uma complicação frequente em doentes com diabetes tipo 2.

A diabetes tipo 2, a forma mais frequente da diabetes, é caracterizada por valores elevados de glicose no sangue, a hiperglicemia, devido à produção insuficiente de insulina (hormônio que controla a entrada de glicose nas células do corpo) ou pela incapacidade do corpo em utilizá-la.

Neste estudo, publicado na revista científica Nutrients e liderado pelo Dr. John Griffith Jones, pesquisador do CNC-UC, participaram voluntários recrutados pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP). A equipe de pesquisadores entrevistou 156 participantes obesos de meia-idade, dos quais 98 apresentavam diabetes tipo 2. Além da entrevista sobre os hábitos de consumo de café, foram ainda recolhidas amostras de urina para analisar os metabolitos da cafeína e outros – os produtos naturais que resultam da degradação do café no organismo. Esta análise permitiu obter dados quantitativos mais definidos sobre a ingestão de café, algo que tem particular importância para explicar a relação entre ingestão de café e a doença hepática gordurosa não alcoólica.

Margarida Coelho, doutoranda do CNC-UC e uma das primeiras autoras do estudo explica que “os participantes que apresentaram maior consumo de café revelaram ter fígados mais saudáveis. Por sua vez, os indivíduos com valores elevados de cafeína mostraram ser menos propensos a ter fibrose hepática, enquanto que níveis mais altos de outros componentes do café foram significativamente associados a um baixo índice da doença hepática gordurosa não alcoólica, sugerindo que, para doentes com diabetes tipo 2 com excesso de peso, uma maior ingestão de café está associada a doença hepática gordurosa não alcoólica menos grave”.

A pesquisadora da Universidade de Coimbra sublinha ainda que “mudanças na dieta e no estilo de vida atuais têm contribuído para o aumento da obesidade e da doença hepática gordurosa não alcoólica em doentes com diabetes tipo 2. Estas condições podem evoluir para outras mais graves e irreversíveis, sobrecarregando os sistemas de saúde”.

O estudo contou também com a colaboração de pesquisadores da NOVA Medical School (NMS) de Lisboa e com o apoio do Instituto de Informação Científica sobre o Café (ISIC).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Carolina Caetano – CNC-UC, Catarina Ribeiro – Universidade de Coimbra.

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