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Consumir menos açúcar é questão de hábito e educação do paladar, aponta estudo

Políticas públicas mais efetivas para a redução do consumo de açúcar são apontadas como essenciais pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)

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Fonte

FAPERJ | Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Data

quarta-feira, 17 abril 2019 10:25

Áreas

Gastronomia. Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Pesquisa conduzida pela engenheira de alimentos Dra. Rosires Deliza, na Embrapa Agroindústria de Alimentos, revelou que o consumo de produtos com menor teor de açúcar é uma questão de hábito e de educação do paladar. Os resultados do estudo foram apresentados pela pesquisadora no workshop “Estratégias de redução do consumo de açúcar”, realizado na segunda quinzena de março, no auditório da Embrapa Solos, localizada no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. A pesquisa contou com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e também da FAPERJ, por meio do programa Cientista do Nosso Estado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de açúcar não deva passar de 50 gramas por dia, incluindo os açúcares ‘ocultos’ nos alimentos industrializados. O açúcar é responsável por inúmeros problemas de saúde, em especial o sobrepeso e a obesidade, diabetes e cáries, entre outras. Para a OMS, políticas públicas devem estimular hábitos alimentares mais saudáveis, que promovam mudanças na rotulagem de alimentos e que regulem a comercialização de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas ricos em açúcares.

Durante o workshop, foram discutidas duas medidas visando a redução do consumo de açúcar: a reformulação de alimentos industrializados e a informação nutricional na parte frontal dos rótulos. O workshop contou com a participação de pesquisadores, representantes de órgãos de defesa do consumidor, Ministério da Saúde e Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi).

A Dra. Rosires explica que a reformulação visa a redução do açúcar de produtos industrializados. Segundo ela, já existe um acordo voluntário entre Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e quatro das principais associações que representam a indústria alimentícia para que o açúcar seja gradualmente reduzido nos alimentos, mas o processo ainda inclui uma Consulta Pública. A engenheira de alimentos explica que além de ser um ingrediente de baixo custo, o açúcar tem outras funções, além de adoçar, na formulação dos alimentos, relacionadas à textura e corpo do produto, o que implica em desafios tecnológicos para a indústria. No entanto, ela recomenda que diante do aumento do sobrepeso e da obesidade da população brasileira, com consequente incremento das doenças crônico-degenerativas, é urgente que, a exemplo do sódio, os percentuais de açúcar sejam reduzidos nos alimentos industrializados.

Vários estudos realizados na Embrapa Agroindústria de Alimentos, com sede em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, com produtos como achocolatados e sucos, tanto com crianças quanto com adultos, mostraram que os pequenos têm menor percepção em relação à redução do açúcar. As pesquisas abrangeram um universo de 400 crianças entre 6 e 12 anos, de famílias com baixa e alta renda, nos bairros de Santíssimo e Barra da Tijuca, ambos na Zona Oeste. “Como o mesmo suco pode ser consumido por adultos e crianças, através dos estudos, foi verificado que a retirada gradual de quantidades de açúcar não é sensorialmente percebida por nenhuma faixa etária e, portanto, não afeta a aceitação do produto”. A pesquisadora explica que consumir produtos com menor teor de açúcar é uma questão de hábito, de educação do paladar. Ela conta que há quatro anos vem realizando palestras sobre alimentação saudável em escolas públicas e que a reação das crianças é muito positiva.

A apresentação da professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Patrícia Jaime, mostrou o padrão do consumo de açúcar na população brasileira a partir de dados epidemiológicos, estudos populacionais e as implicações do consumo excessivo para a saúde. “Os estudos mostram que o brasileiro está consumindo muito açúcar e esse consumo excessivo está associado a um conjunto de doenças, em especial o sobrepeso, ou obesidade, que tem um impacto grande no perfil de adoecimento, inclusive de mortalidade da população brasileira”.

O pesquisador da Universidad de La República, no Uruguai, Dr. Gastón Ares, explicou que a reformulação dos alimentos por parte das indústrias possibilitará que as pessoas modifiquem suas preferências e se acostumem a consumir alimentos menos doces. “Sobre o rótulo, hoje é praticamente impossível identificar quais alimentos têm grande quantidade de açúcar porque essa informação não é obrigatória. Mas há muitas maneiras de incluir essa informação de forma bem clara ao consumidor como, por exemplo, uma identificação na embalagem sobre a alta quantidade de açúcar presente no produto”.

Acesse a notícia completa na página da FAPERJ.

Fonte: Ascom FAPERJ. Imagem:  Freepik.

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