Notícia

Conhecimento impacta mais a agricultura do que insumos

Para produzir frutos ou grãos, uma semente precisa estar associada a conhecimentos como adubação, irrigação, manejo de solos, controle de pragas e doenças

Jorge Duarte, Embrapa

Fonte

EMBRAPA | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Data

quinta-feira, 18 abril 2019 10:10

Áreas

Agricultura. Agronegócio. Agronomia. Ciências Agrárias

O conhecimento sobre a agricultura impacta mais a produção do que insumos. É o que diz o fundador e ex-presidente da Embrapa, Dr. Eliseu Alves, a partir de dados disponíveis no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele mostra que, em todo o período analisado, que vai de 1975 a 2017, o conhecimento sobre sistemas de produção impactou mais a agricultura brasileira do que equipamentos, máquinas e sementes. Para Eliseu Alves, tão importante quanto ter um equipamento de último tipo é o conhecimento sobre a terra, os fatores de produção, o contexto da tecnologia.

O chamado conhecimento “não cristalizado”, aquele referente “ao que está entre as orelhas” é responsável por 89,8% da produção agrícola. Em 1979, este índice estava em 64,17%. A análise é feita a partir de estudo liderado por Dr. José Garcia Gasques, coordenador geral de Avaliação de Políticas e Informação, da Secretaria de Política Agrícola (SPA). O estudo mostra a taxa de crescimento da produção e da produção total dos fatores.

Os resultados mostram que a produção agrícola cresce a taxas mais altas do que as do crescimento de insumos. O cálculo é feito porque é possível saber qual o crescimento do uso de insumos e também o crescimento da produção. A diferença entre uma e outra (hoje de 89,8%) deve-se ao chamado conhecimento não cristalizado.

O Dr. Eliseu Alves, que é economista com PhD em Economia Rural, explica que tratores, sementes e adubo, por exemplo, o que ele chama de “tecnologia cristalizada” ainda são simbólicos da evolução da agricultura, “mas, na verdade, nossa evolução é na inteligência para lidar com os diferentes fatores de produção”. Ele lembra que a agricultura brasileira não deu um salto com a chegada de equipamentos do exterior, mas sim com a capacitação de nossos profissionais. “Eles desenvolveram sistemas de gestão e produção, adaptaram, criaram novos insumos e fizeram a informação chegar ao campo”.

Para o Dr. Eliseu Alves, há equívoco ao se identificar a produção agrícola apenas com insumos ou produtos. “Desenvolvimento está mais relacionado à gestão com informações atualizadas sobre os processos pelo agricultor do que o uso de uma determinada semente”.

Hoje o setor privado ocupa-se mais no desenvolvimento de novos produtos, como sementes, fertilizantes e máquinas. O setor público se concentra na geração de conhecimentos indispensáveis para o aprimoramento da produção, como a forma adequada de aplicação de insumos, o melhor espaçamento nas lavouras, boas práticas de plantio, manejo, colheita e armazenamento, mapeamento dos riscos e as boas práticas para superá-los, dentre muitos outros. Assim, parte significativa da produção da pesquisa pública é informação e conhecimento, que não materializados, necessariamente, em insumos e produtos, visíveis e facilmente mensuráveis.

Para produzir frutos ou grãos, uma semente precisa estar associada a conhecimentos como adubação, irrigação, manejo de solos, controle de pragas e doenças e assim por diante. Esse conjunto de conhecimentos faz parte de uma lógica de eficiência geralmente chamada de sistema de cultivo.

Acesse a notícia completa na página da Embrapa.

Fonte: Jorge Duarte, Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE), Embrapa. Imagem: Jorge Duarte, Embrapa.

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