Notícia

Como o calor e as especiarias picantes podem afetar nosso apetite

Pesquisa mostra como o cérebro pode responder a mudanças na temperatura corporal e afetar o quanto queremos comer

Pixabay

Fonte

UNSW | University of New South Wales

Data

segunda-feira, 9 julho 2018 09:00

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Funcional

Você se sente com menos fome quando está calor ou depois de um treino intenso ou depois de comer um alimento picante? Uma nova pesquisa descobriu como a temperatura corporal pode ajudar a controlar o apetite através de sensores de calor no cérebro.

Como animais de sangue quente, nossos corpos dedicam uma quantidade substancial de energia para manter a temperatura do corpo estável. Nós trememos quando está frio e suamos quando está quente. Comemos refeições mais fartas quando está frio e refeições mais leves quando está quente.

Algumas das primeiras evidências para apoiar a ideia de que temperatura e o apetite estão intimamente ligados vieram de um estudo com milhares de soldados norte-americanos localizados em todo o mundo e logo após a Segunda Guerra Mundial.

Do deserto ao Ártico, as temperaturas variaram de 33 ° C a -34 ° C, enquanto que os alimentos ingeridos nas amplas rações dos soldados saltaram de 13.000 kJ para 20.500 kJ.  Foi particularmente notável a impressionante correlação entre a ingestão de alimentos e a temperatura ambiental a qual as tropas estavam expostas.

Para cada 1° C extra, a ingestão de alimentos diminuiu em cerca de 110 kJ, equivalente a um quadrado de 5 g de chocolate. Assim, os soldados suando no deserto consumiam a energia equivalente a um terço a menos de  chocolate por dia que os soldados que congelavam no Ártico.

Da mesma forma, em um estudo mais recente, simulando um ambiente de escritório, temperaturas  ambientes quentes diminuíram a ingestão de alimentos. Para cada aumento de 1° C na temperatura da pele (medida por imagens térmicas), os participantes ingeriam menos 360 kJ de comida por dia (equivalente a três quartos de chocolate).

Um treino intenso também reduz o apetite e a ingestão de alimentos. Tanto homens como mulheres comeram aproximadamente 25% a menos de uma refeição logo após um circuito de ciclismo quando comparado ao descanso.

Da mesma maneira uma outra pesquisa mostrou que os ratos comeram menos depois de um treino intenso em uma esteira.

Sensores de malagueta vermelha

Os pesquisadores concluíram que o exercício intenso aquece os mesmos receptores do cérebro que estimulam a sensação de queimação na boca de alimentos picantes. O culpado pelos alimentos picantes é chamado de capsaicina – é usado em sprays de pimenta. Os seres humanos também têm esses receptores no cérebro que operam da mesma maneira. No entanto, precisaríamos de pesquisas em humanos para confirmar os mesmos efeitos.

Temos uma complexa rede de hormônios que ajudam a regular o apetite. Eles se comunicam entre vários órgãos, como cérebro e tubo digestivo, e nossas reservas de gordura.

Existem receptores por todo o corpo que detectam calor. Um tipo destes receptores localiza-se nas células nervosas, no cérebro (receptores TRPV1)

A pesquisa mostrou que os camundongos que carecem desses receptores no cérebro não perdem o apetite depois de se debaterem intensamente na esteira. Assim, estes receptores TRPV1 detectam o aumento da temperatura corporal devido ao exercício vigoroso, sinalizando aos ratos que comam menos.

Como é de se esperar, os ratos que não têm esses receptores não conseguem sentir as especiarias com pimenta malagueta. Uma vez que as especiarias com pimenta ativam os receptores TRPV1, você também pode esperar que a pimenta reduza o apetite e proteja contra o ganho de peso.

Um estudo chinês mostrou que o consumo de pimenta estava inversamente relacionado ao risco de excesso de peso ou obesidade. Assim, as pessoas que comem mais de 50g de pimenta por dia tinham cerca de 25% menos risco de estarem com sobrepeso ou obesidade do que as pessoas que não comiam pimenta.

Acesse a notícia completa na página da University of New South Wales

Fonte:  Andrew Brown, University of New South Wales.  Imagem: Pixabay

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