Notícia

Comida mofada faz mal?

É correto retirar a parte com fungo e comer o resto? Quais os perigos do consumo?

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Fonte

Revista ARCO | Universidade Federal de Santa Maria

Data

quarta-feira, 19 dezembro 2018 15:00

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos . Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Se você já viu algum alimento mofado, é provável que tenha se perguntado o que aquela comida poderia causar no seu corpo caso você a comesse. Muitas pessoas, quando se deparam com bolores, apenas retiram a parte estragada e consomem o resto do alimento. Mas afinal, é correto fazer isso? Quais os males que os fungos podem trazer à saúde? Como evitar que alimentos mofem?

Os fungos, seres micro e macroscópicos, chegam aos alimentos através do ar, da água e da terra. Segundo a Dra. Marina Venturini Copetti, professora do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos da UFSM e especialista em micologia e micotoxicologia de alimentos, os fungos em si não fazem mal; o problema está nas micotoxinas que eles podem produzir em diferentes situações durante seu crescimento.

Ela explica que cada fungo é diferente. Existem os que são inóculos – não causam problemas de saúde – e outros que são toxigênicos – capazes de produzir toxinas que fazem mal para seres humanos e animais – havendo também diversidade nos efeitos desencadeados pelas micotoxinas. “Elas podem desencadear tumores, efeitos neurotóxicos, alterações no fígado e nos rins e outras doenças”. Existem toxinas fúngicas que podem ocasionar  gangrena das extremidades do corpo por falta de circulação sanguínea e outras que agem como hormônio, como é o caso da zearalenona. Essa micotoxina é capaz de modificar o comportamento sexual e ter efeitos estrogênicos, ou seja, pode alterar funções como a ovulação, a produção de espermatozoides, levar ao crescimento de mamas em homens, causar infertilidade masculina e feminina, entre outros efeitos.

Entre as toxinas mais comuns produzidas por fungos está a aflatoxina, recorrente em cereais, milho, amendoim, castanhas e pistache. A Dra. Marina conta que muitas pessoas acreditam que, ao torrar esses alimentos, o perigo desaparecerá, quando, na verdade, apenas o fungo será eliminado. Se a toxina já tiver sido produzida, ela continuará presente podendo causar doenças. No caso da aflatoxina, os efeitos são principalmente no fígado, podendo ocasionar hepatite- caracterizada como a inflamação do fígado por agentes químicos-, e câncer, tanto em seres humanos quanto em animais. De acordo com a Agência Internacional em Pesquisa em Câncer (IARC), a aflatoxina é um carcinógeno do grupo 1, ou seja, um dos agentes mais produtores de câncer que existem. Assim, mesmo o consumo de pequenas quantidades da toxina fúngica de maneira contínua pode causar um tumor em alguns anos.

Acesse o artigo completo na revista ARCO da UFSM.

Fonte: Paulo César Ferraz, acadêmico de Jornalismo, UFSM. Imagem: Pxhere.

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